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Sociedade da Informação - Benção ou Maldição


Educação e novas tecnologias,
inclusão digital e inteligência coletiva

Por Gilson Schwartz*

Uma posição humanista hoje não pode ser mais uma posição ingênua no sentido de acreditar que verdade vai brotar de forma privilegiada de algum movimento de alguma fonte ou de algum modelo de organização. Na verdade a verdade não existe, tudo e manipulação, representação e interesse. Esta e uma questão que não é obviamente restrita na mídia e nem aos meios de comunicação.

Ela é características talvez até situacional. Simplesmente é impossível identificar o que seja a verdade, ainda que em alguns momentos a manipulação fique mais clara. No entanto a meu juízo a manipulação é uma questão de grau a diferenciação entre a mentira que é produzida pelo estado, pela empresa e pelas ONG's.

E uma salada anti a globalização e seria uma enorme ingenuidade que este discurso anti-globalização é mais verdadeiro em alguns sentidos do que o discurso da globalização, portanto a situação que nos vivemos não é uma situação trivial onde a fabricação da noticia ou das informações é a organização da mídia global e como ela se apresenta.

Houvesse uma alternativa clara e transparente e justa a ética.

Por definição toda esta movimentação de dados e informações de noticias, faz parte de algo vivo que é a linguagem.

A construção da linguagem é a sua manipulação permanente por todos que estão envolvidos neste jogo, nesse sentido a CNN não e mais ou menos mentirosa que as ONGS que fazem o trabalho com os meninos da favela do Morumbi.

Cada um está construindo o seu discurso apresentando ao publico uma certa representação que em muitos casos não resiste a cinco minutos de analise ou de criticas não para desmontar o que falso, mas apenas para identificar o interesse.

Eu ouvi uma entrevista no radio de um representante de marketing de uma grande empresa brasileira que promove espetáculos públicos, artísticos musicais e teatrais em praça publica gratuitos este representante enchia a boa inflava o peito dizendo, veja como nos estamos fazendo algo que o estado não faz, você abre o jornal e está cheio de espetáculos em são Paulo para assistir, mas são todos pagos, isto é um absurdo mas nos não estamos colocando o pessoal da favela e das ONG´s para se apresentarem e oferecendo a arte de graça.

Este projeto se chama Cidade do Conhecimento e um projeto que existe na USP há três anos voltado para utilização de mídias digitais basicamente da internet esta internet que a professora Petra, coloca com tanta esperança como uma fonte de construção alternativa mais verdadeira e autentica. E um projeto totalmente construído como um projeto da internet; cidade do conhecimento porque o que nos fazemos e utilizar estas tecnologias de informação e comunicação e uma plataforma para articulação de projetos que a universidade e setores de fora da USP se engajem em mudanças sociais em varias dimensões.

O slogan da inclusão digital, que é um slogan aparentemente ingênuo neutro e que serve ao bem comum, poderia se tomar até como uma verdade. Todo mundo tem que ter computador? Todo mundo tem de acessar a internet? Na verdade não é bem assim.

Também não podemos dizer não queremos a inclusão digital, mas nos introduzimos a sutileza no projeto, mas que é uma sutileza fundamental por isso se chama cidade do conhecimento quer dizer o que esta em jogo como sempre a nossa capacidade como universidade como sociedade de alterar a divisão do trabalho intelectual.

Para nos o que interessa e a inclusão do cidadão no processo de produção de valores que seja diferente daquele que se apresenta na sociedade contemporânea, não é simplesmente fazer com que ele tenha acesso a um canal de distribuição sobre o qual ele não tem a menor participação.

Acho que em termos de qualidade deste conteúdo ou da propriedade deste conteúdo fazemos a discussão da inclusão digital ou da educação sem entrar em termos que estão bem longe da tecnologia.

No que diz respeito à propriedade intelectual e à possibilidade de acesso à universidade, aos níveis de remuneração e oportunidade de capacitação de professores sem entrar na discussão de conteúdo que circula nestas redes, e da condição sócioeconômica dos indivíduos que participam destas redes a conclusão digital é uma mentira.

*Gilson Schwartz é professor visitante do Instituto de Estudos Avançados da USP e Coordenador geral da Cidade do Conhecimento.

Fala apresentada durante o seminário Sociedade da Informação - Benção ou Maldição (22/11/2003).

9 Veja trecho em vídeo desta apresentação

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