Corporativo: o diferencial está
na comunicação que humaniza
Por Rose Naves*
RESUMO
A comunicação alçou-se ao topo das organizações ao conceber um novo paradigma para a atuação de seus profissionais. Um administrador, um CEO ou um presidente precisam antes de tudo saber se comunicar e ser comunicadores de valores humanos. |
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Palavras-chave: Jornalismo Corporativo / Empresarial / Fontes Informativas
Neste início de século, a comunicação que busca valorizar o que é humano felizmente tem ganhado importância estratégica. Por caminhos desiguais e combinados, é possível observar essa tendência, principalmente nas organizações que procuram cuidar de suas pessoas.
Diante dos problemas existentes no nosso tempo (desigualdades sociais, caos ambiental, corrupção e outros), constatar essa tendência é, certamente, um ponto de luz que pode colaborar para a superação desses conflitos.
A base de tal tendência consiste no aumento do acesso de setores da sociedade civil às ferramentas tecnológicas de comunicação, à informação e ao conhecimento. A interação dessas três variáveis permite a esses setores um papel mais protagonista em relação aos seus direitos.
Por exemplo, um ser humano com acesso à web pode disparar uma campanha contra empresas que degradam os recursos naturais e que não respeitam as condições de trabalho de seus colaboradores. Isso significa que esse ser pode mobilizar, boicotar e inflar milhares em todo o mundo contra tal empresa.
As alternativas de fontes informativas também significam um importante fator nesse cenário. Uma parte significativa do público, a partir das informações que acessa, já procura consumir produtos feitos com cuidados ambientais e humanos.
Grandes organizações privadas têm buscado se adequar a essa nova realidade, dedicando preocupação singular à comunicação desses valores aos seus públicos. Essas empresas partem da compreensão de que a viabilidade de seus negócios está na comunicação e na prática de ações de responsabilidade social, proteção ambiental e governança política.
Como conseqüência, essas organizações buscam valorizar as relações com os públicos internos, parceiros, fornecedores, formadores de opinião, investidores, consumidores, enfim, com todos os públicos relacionados (stakeholders) com suas atividades.
O grande diferencial dessa valorização está na forma de se comunicar com esses públicos. Nos ambientes organizacionais onde a forma é a transparência e o respeito, os resultados positivos saltam aos olhos. Nos ambientes organizacionais onde a forma é “a comunicação para inglês ver”, o resultado é a baixa produtividade e a baixa auto-estima dos colaboradores, ou seja, crise permanente.
Ao debruçar sobre esta nova realidade, a comunicação alçou-se ao topo das organizações, ao conceber um novo paradigma para sua gestação para a atuação de seus profissionais.
Quem diria que, ao chegarmos ao começo do século XXI, uma das competências fundamentais de um administrador, de um CEO ou de um presidente não seria mais centralmente saber maximizar os lucros? Esses profissionais precisam antes de tudo saber se comunicar e ser comunicadores de valores humanos.
Aqueles que já praticam esses procedimentos sabem muito bem que o diferencial competitivo está na comunicação humanizada.
Se em ambientes organizacionais privados já há essa tendência, no setor governamental e no terceiro setor a preocupação com uma comunicação que envolva, valorize, agregue e humanize também precisa ascender.
*Rose Naves é jornalista e coordenadora do Curso de Pós-graduação em Comunicação Corporativa da Universidade Anhembi Morumbi/SP.
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