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Homenagem
a Jair reúne 200 e emociona
Por
Informativo Adusp
Em
clima de intensa emoção, mais de 200 pessoas reuniram-se,
no dia 28/4, no auditório "Freitas Nobre",
da ECA, para homenagear a memória do professor Jair Borin,
falecido em 22/4. Os organizadores qualificaram a cerimônia
como um quarup, termo indígena camaiurá para a
celebração intertribal dos mortos.
Entre
os presentes, além da esposa Silvia, dos filhos Paula
e Ivan, irmãos e outros familiares, estavam diversos
docentes da ECA, inúmeros alunos e ex-alunos da graduação
e pós-graduação, funcionários, jornalistas
que com ele trabalharam e conviveram, amigos pessoais.
O
primeiro a falar foi o ex-deputado federal Plínio de
Arruda Sampaio, diretor do jornal alternativo Correio da Cidadania,
que destacou o fato de que a morte de Jair é uma perda
para o Brasil, mais que uma perda pessoal para todos os presentes.
Foram
lidas, entre outras, mensagens de pesar do Presidente da República,
que lembrou a colaboração de Jair nos programas
de governo do PT em 1989 e nas eleições posteriores,
e do senador Eduardo Suplicy.
Múltiplas
faces
Dos
cerca de trinta depoimentos feitos ao vivo, ou enviados por
escrito e lidos, ou ainda gravados em fita cassete e reproduzidos
na ocasião, emergiu um Jair de múltiplas faces,
capitão da Aeronáutica perseguido por seus superiores,
preso político solidário aos companheiros de cela,
profissional generoso, professor amado por seus alunos, militante
das boas causas onde quer que elas estivessem: a reforma agrária,
a luta pela democratização dos meios de comunicação,
a defesa do ensino público e gratuito e tantas outras.
O
professor Ciro Correia, presidente da Adusp, mencionou no seu
depoimento o episódio de 1997, hoje quase esquecido,
da morte do menino Daniel, provocada por seguranças da
USP, e que foi denunciada por Jair, então à frente
da entidade, com grande vigor e indignação.
Também
foi citada na celebração a importante atuação
de Jair na greve de 2000, como organizador das "Aulas na
Greve" realizadas diante da Reitoria, e enfatizada sua
participação, como candidato do movimento universitário,
nas sucessões da ECA em 2000 e da USP em 2001. Foi lembrado,
ainda, seu trabalho decisivo na reestruturação
do Departamento de Jornalismo e Editoração.
A
cerimônia foi encerrada ao som da Internacional, uma das
músicas preferidas de Jair.
Fonte:
Informativo Adusp, número 138, 5/5/2003.
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