Dossiê |
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JOSÉ MARQUES
DE MELO
Perfil intelectual
José Marques
de Melo é jornalista, professor universitário,
pesquisador científico e consultor acadêmico. Nascido
em Palmeira dos Índios (Estado de Alagoas), fez
os estudos de primeiro grau no Grupo Escolar Padre Francisco
Correia e no Ginásio Santana (Santana do Ipanema)
e de segundo grau nos Colégios Batista Alagoano
(Maceió) e Americano Batista (Recife).
O
bteve
os títulos de Bacharel em Jornalismo (Universidade Católica
de Pernambuco, 1964), Bacharel em Ciências Jurídicas
e Sociais (Universidade Federal de Pernambuco, 1965) e Pós-Graduado
em Ciências da Informação Coletiva (Centro
Internacional de Estudos Superiores de Comunicação
para a América Latina, Quito, Equador, 1966).
Começou
a trabalhar como jornalista, em 1959, integrando as equipes
dos jornais Gazeta de Alagoas e Jornal de Alagoas (Maceió),
atuando depois no Jornal do Commércio e Última
Hora - Nordeste (Recife), A Gazeta e O São Paulo (São
Paulo) e Revista de Cultura Vozes (Petrópolis, RJ).
Colaborou ainda como articulista dos jornais O Estado de S.
Paulo, Folha de S. Paulo, Correio Braziliense (Brasília),
Zero Hora (Porto Alegre), Diário do Grande ABC (São
Paulo), Diário de Pernambuco (Recife) e A Tarde (Salvador).
Iniciou
a carreira acadêmica em 1966 como Assistente do Professor
Luiz Beltrão, no Instituto de Ciências da Informação
da Universidade Católica de Pernambuco (Recife), transferindo-se
logo em seguida para São Paulo. Nessa ocasião,
foi convidado por Octávio da Costa Eduardo para trabalhar
como Diretor de Pesquisas do INESE - Instituto de Estudos
Sociais e Econômicos, onde começou a ganhar reputação
como pesquisador comunicacional. Fundou, em 1967, o Centro
de Pesquisas da Comunicação Social, mantido
pela Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero,
então vinculada à Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo.
Docente-fundador
da Escola de Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo (ECA-USP), ali obteve os títulos
de Doutor em Ciências da Comunicação,
Livre-Docente, Professor-Adjunto e Professor Catedrático
de Jornalismo. Foi o responsável pela implantação
do Departamento de Jornalismo e Editoração,
unidade que dirigiu durante vários anos, atividade
somente interrompida durante o regime militar, quando esteve
impedido de exercer a docência em universidades públicas
brasileiras. Anistiado em 1979, reassumiu sua cátedra
na USP, exercendo-a em regime de dedicação exclusiva
ao ensino e à pesquisa. Durante a gestão do
Reitor José Goldemberg, foi escolhido pela comunidade
acadêmica e por ele nomeado em 1989 para exercer o cargo
de Diretor da ECA-USP, mandato cumprido até 1993, findo
ao qual decidiu aposentar-se voluntariamente da instituição.
Primeiro
Doutor em Jornalismo titulado por universidade brasileira
(1973) foi agraciado com bolsa de pós-doutorado da
FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de S. Paulo) para realizar estudos avançados
de comunicação nos Estados Unidos, onde contou
com o respaldo acadêmico do MUCIA (Consórcio
Universitário do Meio-Oeste, integrado pelas universidades
de Wisconsin, Minesotta, Indiana, Illinois e Michigan) durante
o ano acadêmico 1973-1974. Posteriormente, recebeu bolsa
de estudos do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico) para desenvolver estudos na Universidade
Complutense de Madrid (Espanha), durante o ano letivo de 1988.
Em 1992 foi nomeado Catedrático UNESCO de Comunicação
da Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha). Em
1996 foi agraciado com o título Tinker Visiting Professor
do Institut for Latin American Studies da University of Texas
at Austin (USA).
A
convite do Reitor Carlos Vogt, co-fundou o Laboratório
de Estudos Avançados em Jornalismo da UNICAMP - Universidade
Estadual de Campinas (1994), onde vem colaborando como Pesquisador
Senior, vinculado ao Projeto de Estudos de Jornalismo Científico
apoiado pelo PRONEX-CNPq. Dirigiu a Faculdade de Ciências
da Comunicação da UMESP - Universidade Metodista
de São Paulo, no triênio 1997/2000, quando realizou
ampla reforma pedagógica, sintonizada com as novas
diretrizes curriculares do Ministério da Educação.
Nessa mesma entidade, já havia atuado durante o período
em que esteve afastado de sua funções docentes
na USP, oportunidade em que exerceu o cargo de Coordenador
do Centro de Pós-Graduação, nomeado pelo
então Reitor B. P. Bittencourt.
Formou
várias gerações de jornalistas e de pesquisadores
acadêmicos, tendo dirigido mais de 50 dissertações
de Mestrado e 20 teses de Doutorado no âmbito das Ciências
da Comunicação.
Atuou
como pesquisador/professor visitante em várias universidades
estrangeiras: University of Wisconsin e University of Texas
(USA), Universidad Complutense de Madrid e Universidad Autónoma
de Barcelona (España), Universidad Nacional Autónoma,
Universidad Iberoamericana, e Universidad de Colima (Mexico),
Universidad Nacional de Rio Cuarto (Argentina), Universidades
Catolicas de Montevideo y Caracas (Uruguay y Venezuela), Universidad
Andina Simón Bolívar (Bolívia), Universidad
Diego Portales (Chile).
Proferiu
conferências nas universidades de Grenoble e Bordeaux
(França), Salamanca e Santiago de Compostela (Espanha),
Minho e Nova de Lisboa (Portugal), Michigan State e Minesotta
(Estados Unidos), Victoria e Sydney (Australia), McGill e
Québec (Canada), Budapest (Hungria), Javeriana, Nacional
de Bogotá e Universidad de las Americas (Colombia),
ITESO, Guadalajara e Oaxaca (Mexico), Dublin (Irlanda), Glasgow
(Inglaterra), La Plata e Morón (Argentina), Universidades
Central e Católica da Venezuela (Caracas), Lima (Peru),
Católicas de La Paz e de Cochabamba (Bolívia),
Panama (Panama) etc.
No Brasil, colaborou como professor-visitante ou ministrou
aulas magnas nas seguintes universidades: Universidade do
Amazonas, Universidade Federal do Maranhão, Universidade
Federal do Ceará, Universidade Federal de Alagoas,
Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal de
Juiz de Fora (MG), Universidade Federal de Sergipe, Universidade
Federal da Bahia, Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis),
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal
Fluminense, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade
Federal do Paraná, Universidade Federal de Minas Gerais,
Universidade Federal de Santa Maria (RS), Universidade Federal
do Espírito Santo, Universidades Federais de Mato Grosso
(Cuiabá) e Mato Grosso do Sul (Campo Grande), Pontificas
Universidades Católicas de Minas Gerais (Belo Horizonte),
Santos (São Paulo) Pelotas Porto Alegre (Rio Grande
do Sul), Universidade de Passo Fundo (RS), Universidade do
Oeste Catarinense (Chapecó, SC), Universidade do Vale
do Jequitinhonha (Governador Valadares, MG), Universidade
para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal
(Campo Grande), Universidade de Taubaté (SP), Universidade
Mont Serrat (Santos, SP), Universidade Metodista de Piracicaba
(SP), Universidade do Vale do Paraíba (SP), Faculdades
Associadas do Espírito Santo (Vitória, ES),
Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI), Faculdades Claretianas
(Rio Claro) e Faculdades Integradas de São Paulo (FISP)
etc.
Exerceu
ainda os cargos de Presidente da Comissão de Especialistas
em Comunicação Social do Ministério da
Educação (Brasília, 1986/1989), Membro
do Comitê Assessor da área de Comunicação,
bem como do Conselho Deliberativo do CNPq - Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(Brasília, 1985/1992).
Principais
livros publicados: Comunicação Social: Teoria
e Pesquisa (1970), Estudos de Jornalismo Comparado (1972),
Sociologia da Imprensa Brasileira (1973), A Opinião
no Jornalismo Brasileiro (1985), Comunicação
e Modernidade (1991), Fontes para o Estudo da comunicação
(1995) e Teoria da Comunicação: Paradigmas Latino-Americanos
(1998). Coordenou várias coletâneas: Comunicação
/ Incomunicação no Brasil (1976), Ideologia
e Poder no Ensino de Comunicação (1979), Pesquisa
em Comunicação no Brasil (1983), Comunicação
na América Latina (1989), Comunicación Latinoamericana
(1992), Communication for a New World (1993), Identidades
Culturais Latinoamericanas (1996), Memórias das Ciências
da Comunicação no Brasil (1997), Pensamento
Comunicacional Brasileiro (1999), Gênese do Pensamento
Comunicacional Latino-Americano (2000), Contribuições
Brasileiras ao Pensamento Comunicacional Latino-Americano
(2001), Os Grupos Comunicacionais do Centro-Oeste (2001),
Matrizes das Idéias Comunicacionais Latino-Americanas:
Marxismo e Cristianismo (2002). Publicou ainda mais de uma
centena de artigos em periódicos científicos,
nacionais e estrangeiros, bem como em jornais e revistas de
grande circulação no Brasil e América
Latina.
Atualmente
é docente do Programa de Pós-Graduação
em Comunicação Social da Universidade Metodista
de São Paulo, sendo Titular da Cátedra Unesco
de Comunicação para o Desenvolvimento Regional.
Exerce também o cargo de Diretor da Faculdade de Comunicação
Social do UniFIAM - Centro Universitário Alcântara
Machado (São Paulo). Atua ainda como Consultor Científico
da Fundação CAPES - Ministério da Educação
(Brasília), FAPESP - Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de S. Paulo e Conselheiro da EAS
- Fundação Professor Edevaldo Alves da Silva
de Amparo à Educação (São Paulo).
Diretor-responsável
da Revista Brasileira de Ciências da Comunicação,
colunista das revistas Imprensa (Brasil) e Etcétera
(Mexico), exerce os cargos de Presidente da IBERCOM - Associação
Iberoamericana de Comunicação (Porto, Portugal),
membro do Research Committee da ORBICOM - World Network of
UNESCO Chairs in Communication (Montreal, Canada), Legal Commitee
da IAMCR - International Association for Media and Communication
Research (Barcelona, España), Consejo Consultivo da
ALAIC - Asociación Latinoamericana de Investigadores
de la Comunicación (São Paulo, Brasil), Conselho
Curador da INTERCOM - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares
da Comunicação, Conselho Consultivo da UCBC
(União Cristã Brasileira de Comunicação
Social) e Conselho Administrativo da ABI - Associação
Brasileira de Imprensa (Rio de Janeiro).
Idealizador
da Rede Alfredo de Carvalho para o Resgate da Memória
e a Construção da História da Imprensa
no Brasil, lidera um consórcio de instituições
que desenvolvem estudos e pesquisas destinados a subsidiar
o programa comemorativo dos 200 anos de implantação
da imprensa em território brasileiro (2008). Atua ainda
como inspirador intelectual de três Redes Internacionais
- CELACOM, LUSOCOM e MERCOMSUL - e de três Redes Nacionais
- REGIOCOM, FOLKCOM e COMSAÚDE.
Foi
agraciado com as seguintes distinções honoríficas:
Prêmio Wayne Danielson de Ciências da Comunicação
- University of Texas (Austin, USA), Medalha Rui Barbosa do
Ministério da Cultura (Rio de Janeiro), Professor Honoris
da Universidade Católica de Santos (São Paulo),
Presidente de Honra da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares
da Comunicação, Professor Emérito da
Escola de Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo.
A
Universidade Metodista de São Paulo deu o nome de "José
Marques de Melo" ao Acervo do Pensamento Comunicacional
Latino-Americano, inaugurado em 1999, pela Cátedra
de Comunicação ali mantida em convênio
com a UNESCO. Homenageado pela Universidade Católica
de Pernambuco, durante as comemorações dos 50
anos daquela instituição, teve sua biografia
intelectual registrada no livro Grandes Nomes da Comunicação
- José Marques de Melo, organizado por Maria Cristina
Gobbi (Recife, UNICAP, 2001, 341 p.)
Livros
publicados
1.
Comunicação social: teoria e pesquisa, Vozes,
1970
2ª edição: 1971
3ª edição: 1973
4ª edição: 1975
5ª edição: 1977
6ª edição: 1978
2.
Comunicação, opinião, desenvolvimento,
Vozes, 1971
2ª edição: 1975
3ª edição: 1977
4ª edição: 1979
3.
Reflexões sobre temas de Comunicação,
ECA/USP, 1972
4.
Estudos de Jornalismo Comparado, Pioneira, 1972
5.
Sociologia da Imprensa brasileira, Vozes, 1973
6.
Contribuições para uma Pedagogia da Comunicação,
Paulinas, 1974
7.
Subdesenvolvimento, urbanização e comunicação,
Vozes, 1976
2ª edição: 1977
8.
Telemania, anestésico social, Loyola, 1981
9.
Comunicação e Libertação, Vozes,
1981
10.
Inventário da pesquisa em comunicação
no Brasil: (1883-1993), Intercom, 1984
11.
Para uma leitura crítica da comunicação,
Edições Paulinas, 1985
12.
Comunicação: teoria e política, Summus
Editorial, 1985
13.
A opinião no jornalismo brasileiro, Vozes, 1985
2ª edição: 1994
14.
Comunicação: direito à informação,
Papirus, 1986
15.
As telenovelas da Globo: produção e exportação,
Summus, 1986
16.
Espanha: sociedade e comunicação de massa, Summus,
1989
17.
Comunicação e Modernidade, Loyola, 1991
18.
Fontes para o Estudo da Comunicação, Intercom,
1995
19.
La Escuela Latinoamericana de Comunicación, Voluntad,
1997
20.
Identidades Culturais Latino-Americanas, IMS, 1996
21.
Teoria da comunicação: paradigmas Latino-Americanos,
Vozes, 1998
22.
Escola Latino-Americana de Comunicação, Universidad
Diego Portales, (no prelo)
23.
História do Pensamento Comunicacional, Editora Paulus,
2003.
Coletâneas
publicadas
1.
Folkcomunicação, ECA/USP, 1971
2.
Jornalismo Sensacionalista, ECA/USP, 1971
3.
Comunicação / Intercomunicação
no Brasil, UCBC / Loyola, 1976
4.
Comunicação, modernização e difusão
de inovações no Brasil, Vozes, 1978
5.
Ideologia e poder no ensino da comunicação,
Cortez, 1979
6.
Comunicação e classes subalternas, Cortez, 1980
7.
Populismo e Comunicação, São Paulo: Cortez,
1981
8.
Ideologia, cultura e comunicação no Brasil,
IMS, 1982
9.
Pesquisa em Comunicação no Brasil: tendências
e perspectivas, Cortez, 1983
10.
Teoria e pesquisa em Comunicação: Panorama Latino-Americano,
Cortez, 1983
11.
Igreja, empresa e comunicação, IMS, 1984
12.
Censura e liberdade de imprensa, Com-Arte, 1984
13.
Imprensa e desenvolvimento, Com-arte, 1984
14.
Jornalismo no Brasil Contemporâneo, ECA/USP, 1984
15.
Comunicação e transição democrática,
Mercado Aberto, 1985
16.
Comunicação, Ciência e Cultura, IMS, 1985
17.
Jornalismo Laboratorial: projetos pioneiros, IPCJE, 1987
18.
Jornalismo Internacional, IPCJE, 1987
19.
Imprensa Italiana: perspectivas brasileiras, IPCJE, 1987
20.
Diagnóstico das Escolas de Comunicação
Social, Mec, 1987
21.
Ensino de Comunicação: impasses e desafios,
IPCJE, 1988
22.
Comunicação na América Latina: desenvolvimento
e crises, Papirus, 1989
23.
Ibero-América: integração e comunicação,
Eca-USP, 1990
24.
Comunicação Comparada: Brasil / Espanha, Loyola,
1990
25.
Direito à informação, direito de opinião,
ECA/USP, 1990
26.
Desafios da Pesquisa Latino-Americana de Comunicação,
ECA/USP, 1990
27.
Perfis de Jornalistas, FTD, 1991
28.
Freitas Nobre, ECA/USP, 1991
29.
Communication and Democracy, ECA/USP, 1991
30.
Gêneros jornalísticos na Folha de S. Paulo, FTD,
1992
31.
Comunicación latinoamericana: desafíos de la
Investigación para el Siglo XXI, ALAIC, 1992
32.
Teoria da Divulgação Científica, ECA/USP,
1992
33.
ECA/USP: transição para a modernidade, ECA/USP,
1992
34.
Communication for a New World, ECA/USP, 1993
35.
Transformações do jornalismo brasileiro: ética
e técnica, Intercom, 1994
36.
Identidades Culturais Latino-Americanas, IMS, 1996
37.
A imprensa em questão, Unicamp, 1997
38.
Memória das Ciências da Comunicação
no Brasil: o grupo gaúcho, EDIPUCRS, 1997
39.
Políticas Regionais de Comunicação: os
desafios do Mercosul, UEL, 1997
40.
Identidade da Imprensa brasileira no final do século.
Das estratégias comunicacionais aos enraizamentos e
às ancoragens culturais, IMS, 1998
41.
A trajetória comunicacional de Luiz Ramiro Beltrán,
IMS, 1998
42.
De Belém a Bagé. Imagens midiáticas do
natal brasileiro, IMS, 1998
43.
Agenda da Folkcomunicação na passagem do século,
IMS, 1998
44.
Para entender o Jornalismo Científico, Campinas, Unicamp/Labjor,
1998
45.
Pensamento comunicacional brasileiro: o grupo de São
Bernardo (1978/1998), IMS, 1999
46.
Comunicação, cultura, mediações.
O percurso intelectual de Jesús Martín-Barbero,
IMS, 1999
47.
Comunicação nas Américas: o diálogo
Sul-Norte, Leopoldinum, 1999
48.
Gêneses do Pensamento Comunicacional Latino-Americano:
o protagonismo das instituições pioneiras: CIESPAL,
ICINFORM e ININCO, IMS: 2000
49.
O pensamento comunicacional brasileiro: Décio Pignatari,
Muniz Sodré e Sérgio Capparelli, IMS: 2001
50.
Marxismo e Cristianismo. Matrizes Comunicacionais Latino-Americana,
IMS: 2001.
51.
Mídia em Debate. Fai: Adamantina, 2002.
Prêmios
e distinções recebidos
Internacionais
1965/66
- Bolsa de Pós-Graduação da Unesco, Centro
Internacional de Estudos Superiores da Comunicação
para América Latina, Quito, Equador.
1973/74
- Bolsa de Pós-doutorado da FAPESP, University of Winconsin,
USA.
1988
- Bolsa de Estudos de Pesquisador Sênior, CNPq, Universidad
Complutense de Madrid, Espanha.
1992
- Título de Catedrático Unesco de Comunicação,
Universidad Autónoma de Barcelona, Espanha.
1995
- Bolsa de Estudos de Pesquisador Sênior, Tinker Foundation,
University of Texas, Austin, USA.
1996
- Catedrático Unesco, titular da Cátedra Unesco
de Comunicação para o Desenvolvimento Regional,
Brasil.
1997
- Insígnia de membro Honorário do Instituto
Universitário de Ciências de la Información,
Montevideo, Uruguay.
1997
- Wayne Danielson Award for Distinguished Contribution to
Communication Scholarship, University of Texas, Austin, USA.
Prêmio
Wayne Danielson
No
dia 13 de novembro de 1998, no campus da Universidade do Texas,
em Austin, EUA, realizou-se a solenidade acadêmica em
homenagem ao professor Dr. José Marques de Melo, agraciado
com o Prêmio Wayne Danielson 1997 por Relevantes Contribuições
às Ciências da Comunicação.
Realizado
no Auditório do College of Communications, o ato foi
conduzido pela Dean Ellen Wartella, que fez a apresentação
do homenageado, destacando sua liderança na comunidade
acadêmica latino-americana. Explicou ainda o sentido
do prêmio, um símbolo de reconhecimento ao trabalho
intelectual do professor Wayne Danielson, o consolidador do
College of Communiations da Universidade do Texas.
A
seguir o professor Marques de Melo deu uma Aula Magna sobre
o tema "A Pesquisa Latino-Americana de Comunicação
nas encruzilhadas globais".
À
noite, houve um jantar de gala no Headliners Club com a presença
de várias personalidades que atuam em programas de
cooperação internacional. A esse ato compareceram
tanto o patrono do prêmio, Dr. Wayne Danielson, quanto
o seu ganhador no ano de 1997, Dr. José Marques de
Melo.
Durante
a permanência em Austin, Texas, o professor Marques
de Melo foi também homenageado pela comunidade que
se dedica a estudos brasileiros, durante um almoço
oferecido pela Knight Chair de Jornalismo Internacional, regida
pelo jornalista brasileiro Rosental Calmon Alves. O ato contou
com a presença do Dr. David Workamn, diretor do Brazilian
Center, vinculado ao Institute of Latin American Studies da
Universidade do Texas.
O
Prêmio Wayne Danielson vem sendo concedido anualmente
pela Universidade do Texas como símbolo de reconhecimento
aos cientistas que se destacaram por trabalhos significativos
no âmbito das ciências da comunicação.
O
primeiro a ser agraciado, em 1991, foi o Dr. Georges Gerbner.
Nos anos seguintes, foram premiados outros 4 norte-americanos
(James Carey, Charles Redding, Herbert Schiller e Adam Kenton),
e 1 israelense (Elihu Kataz). José Marques de Melo
é, portanto, o primeiro cientista latino-americano
a merecer tal distinção.
Sua
escolha foi feita por um comitê interdisciplinar integrado
pelos seguintes pesquisadores: Maxwell McCombs, John Leckenby,
Federico Subervi, Ron Green e Tom Marquardt. Eles consultaram
a comunidade acadêmica da área e tomaram a decisão,
analisando a trajetória científica e profissional
dos candidatos propostos para aquele ano.
Prêmios
e distinções recebidos
Nacionais
1960
- Prêmio V Semana Nacional do Livro (concurso de monografias),
Prefeitura Municipal de Santana do Ipanema - AL, Brasil.
1963
- Prêmio Aníbal Fernandes (concurso de reportagens),
Universidade Católica de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
1964
- Prêmio Esso de Jornalismo (Menção Honrosa
Regional), Recife, PE, Brasil.
1964
- Orador da 2ª Turma de Bacharéis em Jornalismo,
Universidade Católica de Pernambuco, Recife, Brasil.
1973
- Primeiro Doutor em Jornalismo da USP - Universidade de São
Paulo
1980
- Medalha de Fundador do Centro de Pós-Graduação
do Instituto Metodista de Ensino Superior, São Bernardo
do Campo, São Paulo, Brasil.
1987
- Primeiro Professor Titular de Jornalismo Concursado na USP,
São Paulo, Brasil.
1993
- Diploma de Personalidade do Ano no Campo da Comunicação,
Fundação Rotary Club, São Paulo, Brasil.
1993
- Registro do Cinqüentenário de Nascimento no
livro Efemérides Alagoas, Fundação Arnon
de Mello, Maceió, AL, Brasil.
1997
- Medalha de Dirigente Fundador da Umesp, Universidade Metodista
de São Paulo, São Bernardo do Campo, São
Paulo, Brasil.
1997
- Diploma de Presidente de Honra da INTERCOM - Sociedade Brasileira
de Estudos Interdisciplares da Comunicação,
São Paulo, Brasil.
1997
- Diploma de Professor Honoris Causa da Unisantos, Universidade
Católica de Santos, Santos, Brasil.
1998
- Medalha de Rui Barbosa, outorgada pelo Ministério
da Cultura por relevantes serviços prestados à
cultura brasileira, Brasil.
1999
- Homenagem da Universidade Metodista de São Paulo
que atribuiu o nome de JOSÉ MARQUES DE MELO ao Acervo
do Pensamento Comunicacional Latino-Americano mantido pela
Cátedra UNESCO de Comunicação para o
Desenvolvimento Regional, São Bernardo do Campo, São
Paulo, Brasil.
1999
- Mérito Cultural, concedido pela UNIMONTE - Centro
Universitário Monte Serrat, na abertura do ano letivo
de 1999 do curso de Comunicação Social, Santos,
São Paulo, Brasil.
1999
- Placa de Prata concedida pelo Curso de Doutorado em Comunicação
Social da FAMECOS / PUC-RS pela "exemplar e admirável
dedicação ao ensino da Comunicação
Social no Brasil e na América", Porto Alegre,
Brasil.
1999
- Honra ao Mérito concedido pela Sociedade Brasileira
de Estudos Interdisciplinares da Comunicação,
pela orientação da tese de doutorado "Perfil
Editorial do Telejornalismo Brasileiro", de autoria de
Guilherme Jorge Rezende, finalista do Prêmio Intercom'99,
na modalidade Jornalismo, Brasil.
1999
- Homenagem ao Jornalista por 40 anos dedicados à integração
entre a teoria e a prática da Comunicação,
concedido pelos organizadores do Encontro de Jornalismo Metodista/99,
Universidade Metodista de São Paulo, Brasil.
2002
- Professor Emérito da Escola de Comunicação
e Artes da Universidade de São Paulo - Brasil.
2003
- Doutor Honoris Causa outorgado pelo Conselho Universitário
da UFAL - Universidade Federal de Alagoas.
Medalha
Rui Barbosa
O
professor Dr. José Marques de Melo, Titular da Cátedra
UNESCO de Comunicação do Brasil e Presidente
de Honra da INTERCOM, foi uma das personalidades agraciadas
em 1998 com a Medalha de Rui Barbosa por relevantes serviços
prestados à cultura nacional. A lista dos homenageados
incluiu, entre outros, os escritores Eduardo Portela e Wilson
Martins, os músicos Turíbio Santos e Edino Krieger,
os juristas João Feder e Joaquim Falcão, os
cientistas sociais Bolivar Lamounier, José Alvaro Moisés
e Fernando Bastos de Ávila. Homenagem póstuma
foi também prestada ao Ministro das Comunicações,
Sérgio Motta.
A
cerimônia de premiação realizou-se no
dia 6 de novembro de 1998, no auditório da Casa de
Rui Barbosa, na cidade do Rio de Janeiro, durante as solenidades
promovidas pelo governo federal para celebrar o Dia Nacional
da Cultura.
Ao
justificar a escolha do professor Marques de Melo para receber
a distinção, o Presidente da Fundação
Casa de Rui Barbosa, Dr. Mário Brockmann Machado, destacou
o valor da sua obra acadêmica no campo das Ciências
da Comunicação, bem como a eficácia da
sua liderança intelectual, reconhecida no país
e no exterior. Enfatizou particularmente as atividades culturais
por ele desenvolvidas nos últimos decênios, como
fundador da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares
da Comunicação (INTERCOM), diretor da Escola
de Comunicações e Artes da Universidade de São
Paulo e Diretor Científico da Cátedra UNESCO
de Comunicação da Universidade Metodista de
São Paulo.
A
Medalha de Rui Barbosa, cunhada pela Casa da Moeda e patrocinada
pelo Ministério da Cultura, foi instituída em
1949 com a finalidade de homenagear personalidades nacionais
pela "valiosa contribuição ao desenvolvimento
da cultura brasileira". Nos anos anteriores, receberam
essa distinção intelectuais de renome como Barbosa
Lima Sobrinho, Darcy Ribeiro ou Antônio Cândido
de Mello e Souza.
A
CONTRIBUIÇÃO DE JOSÉ MARQUES DE MELO
PARA OS ESTUDOS COMUNICACIONAIS NA UNIVERSIDADE DE SÃO
PAULO
Maria
do Socorro Nóbrega
Professora-Doutora da Escola de Comunicações
e Artes
Da Universidade de São Paulo
O
Departamento de Jornalismo e Editoração concedeu-me
a honrosa tarefa de saudar nosso colega José Marques
de Melo, neste momento em que recebe o Título de Professor
Emérito, outorgado pela Congregação da
Escola de Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo . Incumbida de fazer uma apresentação
do homenageado, devo assinalar inicialmente que Marques de
Melo é um intelectual cujo trabalho tem feito multiplicar
as homenagens, em decorrência do múltiplo lugar
que ocupa nos meios acadêmicos e em instituições
nacionais e internacionais.
Foi
agraciado com vários prêmios, como o Wayne Danielson
de Ciências da Comunicação da Universidade
do Texas, a Medalha Rui Barbosa do Ministério da Cultura,
para citar apenas duas prestigiadas láureas. Autorizo-me
a crer, porém, que o Título que ele ora recebe
é o que lhe fala mais profundo ao espírito e
ao coração, pois é certamente à
Escola de Comunicações e Artes que o professor
Marques se sente mais afetiva e mentalmente ligado. Não
posso imaginar mais adequada e justa homenagem que esta, um
testemunho do reconhecimento pelo quanto fez pela Escola -
desde que ela existiu - e também um reconhecimento
pelos valores universitários que ele tão bem
sintetiza.
O
professor emérito José Marques de Melo é
hoje um personagem da moderna história da universidade
brasileira, por sua militância acadêmica em prol
do avanço dos estudos das comunicações,
avanço que marcou o Brasil nestes últimos trinta
anos e mais.
Não
trago aqui uma síntese da sua biobibliografia, das
suas idéias, projetos e ações. Por sorte,
um evento me pouparia de tamanha empreitada, uma vez que a
seguir assistiremos ao lançamento de um livro a ele
dedicado, da série Grandes Nomes da Comunicação,
editado pela Universidade Católica de Pernambuco. O
que me interessa aqui é apenas dimensioná-lo
dentro da Escola de Comunicações e Artes, sobretudo
na história do Departamento de Jornalismo e Editoração,
sem naturalmente desvincular esta atuação de
um âmbito maior.
Quem examina atentamente os dados da formação
e do crescimento intelectual de José Marques de Melo,
numa leitura da vida como acontecimento, verá que ele,
em sua conduta, adotou o critério segundo o qual nós
nunca fazemos o suficiente por mais que façamos, e
por isso é preciso fazer cada vez mais. Fazer o melhor
e compartilhar. A partir do lugar e do tempo que ele ocupa,
esse seu traço social distintivo apresenta-se no curso
dos anos como ênfase na ação, no movimento,
na energia e na performance.
Alagoano
de nascimento, concluiu seus estudos secundários no
Recife, onde freqüentou a Universidade Católica
de Pernambuco, obtendo o bacharelado em Jornalismo, aos 21
anos. A seguir, termina o bacharelado em Direito pela Universidade
Federal de Pernambuco. Já nessa época, início
dos anos 1960, mostrava clara opção pelos estudos
da comunicação e dos media, ensinando no curso
superior de Jornalismo da Universidade Católica, onde
se formou. Aqui, à vocação para o magistério
se somava a do bibliógrafo que fazia conferências
na Escola de Biblioteconomia e Documentação
da UFP. Durante esse tempo, vem à tona o pesquisador
que publica os primeiros resultados de suas leituras sobre
a imprensa brasileira. Nesse mesmo momento, o jovem de 22
anos começa a se empenhar no aperfeiçoamento
de sua formação, participando de cursos como
os patrocinados pelo Ciespal, na área das Ciências
da Informação (como era de se esperar). Esse
é um instante também em que se anunciava o estudioso
da nossa cultura popular, seja pela participação
em seminários específicos, seja pela principiante
autoria de trabalhos sobre essa matéria.
Tomando
a simultaneidade e o ritmo intenso dessas atividades, num
espaço de apenas dois anos (1964 e 1965), já
se pode reter o suficiente para captar o sentido dessas primeiras
experiências, sentido que prefigurava o futuro intelectual
e que apontava para o advento de todos os níveis de
conhecimentos e de atuação que marcam a trajetória
de Marques de Melo.
Faz parte desse começo precoce seu ingresso na Universidade
de São Paulo. Em 1967, ele seria contratado pela Escola
de Comunicações Culturais (primeira denominação
da ECA), mediante concurso público a que se submeteu,
em 1966, para lecionar a disciplina Introdução
ao Jornalismo. Isso acontecia exatamente aos seus 23 anos
e o fato determinaria, em grande parte, o caminho de sua vida.
Um ano depois, coincidindo com sua dedicação
integral à USP e com o cargo de regente da cátedra
Técnica e Prática de Jornal e Periódicos,
era escolhido Diretor do Departamento de Jornalismo, órgão
criado em 1968.
Embora
muito jovem, era ele, já então, considerado
um Especialista na área de Jornalismo, não só
no que se refere a professor, mas em tudo que a expressão
comporta de autoridade, confiança e respeito. Isso
lhe garantiu assumir o primeiro desafio de sua carreira, o
de instalar um dos principais cursos de jornalismo no país,
trabalho em que se engajou entre 1968 e 1972. Superando limitações
de várias ordens, liderou um grupo de professores,
de ex-alunos e profissionais, elaborou programas, selecionou
e treinou docentes, monitores e funcionários, implantando
a infra-estrutura técnica e os primeiros projetos experimentais.
Erigia-se, assim, um dos primeiros departamentos da Escola
de Comunicações e Artes alicerçado na
valorização da pesquisa científica e
da atitude crítica, uma visão pedagógica
praticada por Marques, autor de vasta produção
no plano do ensino de jornalismo.
O
êxito dessa sua primeira gestão são marcas
que balizam até hoje a história do Departamento
de Jornalismo e Editoração. Na verdade, conforme
atestam os arquivos e as publicações internas,
a maior parte das primeiras atividades da instituição
relacionava-se diretamente com as inquietações
de sua personalidade, com sua liderança acadêmica.
Mesmo naquela hora pioneira, com todas as dificuldades impostas
pelo cargo, Marques nunca perdeu de vista o contexto ou discurso
do país, buscando, desde então, inscrever o
Departamento de Jornalismo e Editoração no quadro
político-cultural da sociedade, o que pressupunha estar
ele sempre equipado para pronunciar-se sobre os fenômenos
associáveis a um campo então nascente - o das
Ciências da Comunicação - se considerado
em relação a outras ciências.
Como
ninguém escolhe o papel histórico que deve representar,
o de José Marques, a meu ver, consistiu em abrir caminho
no Brasil para que se discutissem as complexas problemáticas
da comunicação e dos media e para que se colocassem
à prova seus instrumentos de descrição
e análise. Com esse objetivo, dirigia ou executava
diversas pesquisas, de cujas reflexões dava conta em
conferências, seminários, colóquios e
livros. Publicava dezenas de ensaios, embalado pelo entusiasmo
de analisar o jornalismo brasileiro, sistematizar seus processos,
criar ou adequar metodologias. Desde então, empenhava-se
em ampliar o círculo de pesquisadores, percurso em
que iria ajudar a muitos a fazer a carreira universitária,
entre os quais se inclui grande parte de nós todos,
seus colegas, sobretudo os antigos professores que com ele
construíram nosso Departamento. Aliás, a generosidade,
bem como o tino administrativo e o amor ao comando são
traços essenciais de seu temperamento.
Quanto
mais à frente se lê a sua trajetória,
mais se constata, a partir da segunda metade da década
de 1960, sua presença viva e atuante no processo da
formação de jornalistas e de comunicadores.
O sentido desse empreendimento e de seus rumos - adaptados
evidentemente ao espaço e tempo da atualidade - esse
sentido é o mesmo que movia seus futuros projetos,
como seu Doutorado (feito em 1973), em que explorou os fatores
que retardaram a implantação da imprensa no
Brasil, tese condensada no livro Sociologia da Imprensa.
Mas
os fatos sucedidos no Brasil dos anos 1970, época em
que as coisas não seguiam o seu curso natural, interromperam
as atividades do professor Marques na USP. Era o ano de 1974.
Tempo de repressão e censura, ano duro para ele e sua
mulher, Sílvia. De regresso de um pós-doutorado
nos Estados Unidos é surpreendido com a rescisão
de seu contrato. Não pôde salvar-se da tempestade
que se abateu sobre seu caminho, teve que retirar-se. Somente
no segundo semestre de 1979 seria reintegrado ao Departamento,
juntamente com dois colegas afastados pela ditadura militar,
os professores Jair Borin e Thomas Farkas.
Naquele
reencontro com José Marques, o Departamento viu-se
na presença de alguém que não se havia
deixado intimidar ante os reveses da vida. Ao contrário,
expandira-se com uma extraordinária folha de serviços
prestados a várias instituições, no que
tange ao desenvolvimento do ensino e da pesquisa, uma folha
que hoje é interminável, onde figuram atividades
tão variadas quanto postos acadêmicos ocupados,
implantação de cursos de pós-graduação,
formação de mestres e doutores, publicações
no país e no exterior, cargos em entidades científicas
nacionais e internacionais, afora diversas outras funções.
O
retorno à USP representou um novo ciclo em sua trajetória.
Foi marcado pelo Concurso de Ingresso e pela volta à
Chefia do Departamento, cargo que novamente exerceu durante
o período de l983 a l989, quando foi sucessivamente
reeleito. Incansável e sensível às exigências
do tempo, arregimentou os professores e as instâncias
deliberativas para um trabalho de reestruturação
dos cursos, integração disciplinar e reformulação
da pesquisa. Era um momento em que a USP se mobilizava para
o projeto de avaliação, ao qual ele, na chefia,
aderiu, estimulando o Departamento a participar de uma avaliação
externa, que foi realizada, de forma transparente, pela câmara
de pesquisa da USP, e cujo efeito maior seria a implementação
de novos programas de ensino, sobretudo na pós-graduação.
Voltando
a dedicar-se integralmente à universidade, obteve sua
livre-docência em 1984, com um estudo sobre os textos
opinativos da nossa imprensa, posteriormente editado no livro
A Opinião no Jornalismo Brasileiro. Em 1987 fez o concurso
de professor titular e dois anos mais tarde seria conduzido
ao cargo de diretor da Escola, com a legitimidade de quem
a ela se dedicou desde sua fundação e contribuiu
com uma longa história de participação.
A
propósito de sua escolha - gestão entre 1989
e 1992 - convém registrar que ela foi o resultado da
preferência majoritária da comunidade e do primeiro
lugar na lista tríplice indicada pelo colégio
eleitoral. Bela coincidência! Sua plataforma ambicionava
"Reconstruir a ECA", conforme está explicitada
em documento com o mesmo título, catalogado. O que
chama a atenção nesse programa é uma
visão de universidade pública quase utópica,
formulada em princípios de compromisso social, de competências
específicas e de representação.
Ao
cumprir seu programa, estabeleceu o diálogo sistemático
e eficaz com todos as correntes da Escola. Os seus argumentos
para reorganizar as estruturas de ensino obtiveram confirmação
em diagnósticos de conteúdos e métodos,
feitos, no plano interno, com base em enquetes, reuniões
de trabalho, simpósios e colóquios, e, externamente
- na sociedade maior - em cima de estudos sobre as profissões
e a atuação de ex-alunos. Dessa forma, Marques
consagrava-se a um projeto que postulava grande envolvimento
da Escola, iniciativa que contou com a participação
de consultores internacionais e visitas de docentes da casa
a universidades estrangeiras. Seu espírito de inovar
fortificou-se. Com o apoio dos órgãos colegiados,
implantou novas diretrizes e estruturas de ensino, representadas
pela conquista da autonomia curricular nos cursos de graduação,
que começou a ser implantada a partir de 1993.
Empenhou-se
a fundo para renovar, na Escola, o Programa de Pós-Graduação
na área de Comunicação; apesar de não
ter conseguido mudar quanto gostaria, ele viu a Escola incorporar
parcialmente novos programas de formação científica,
conseqüência de uma ação coletiva
transcorrida em sua gestão - um êxito que se
deve à personalidade empreendedora de Marques de Melo,
à sua enorme tenacidade.
Tanto
no Departamento quanto no âmbito da Escola, sua presença
significou a defesa de uma posição acadêmica
que seleciona, exprime e valoriza tendências contemporâneas
na elaboração de políticas de ensino
e pesquisa. Aliás a preocupação com a
formação de profissionais e de pesquisadores
é ponto essencial na reflexão de seus trabalhos,
um tema que serve para unir grande parte do espectro dos assuntos
de suas publicações. Marques escreveu milhares
de páginas sobre os domínios das comunicações,
examinou métodos e modelos europeus e norte-americanos
para o estudo dos media, observou práticas diversas.
O conteúdo desses estudos, no decorrer dos anos, é
claramente o signo daquela vontade de projetar e explorar
um campo fértil de estudo (Ciências da Comunicação)
e de consolidar espaços de habilitação
profissional.
Um
corte nessa produção confirma que o jornalismo
(a práxis) com seus desdobramentos foi seu ponto de
partida, formando um visível eixo num conjunto que
se foi sedimentando a partir de Comunicação:
Teoria e Pesquisa, publicado em 1972, seguido de Sociologia
da Imprensa Brasileira, A Opinião no Jornalismo Brasileiro,
Para uma leitura crítica da Comunicação,
Comunicação e Modernidade, entre outros livros.
Coordenou
dezenas de coleções de ensaios ou trabalhos
de equipe, destacando-se :Ideologia e Poder no Ensino das
Comunicações, Comunicação e Transição
Democrática, Comunicación Latinoamericana, Communication
for a New World. Uma obra que ilustra sua extrema devoção
à pesquisa e sua vocação de bibliógrafo
é o compêndio Fontes para o Estudo da Comunicação,
trabalho hercúleo de investigação bibliográfica,
que resgata, exaustivamente, os estudos realizados na área
ao longo do século XX.
Pensando
na sua produção e militância acadêmicas,
é preciso considerar que ele, de fato, levou adiante
um extraordinário esforço para atravessar um
território complexo como o das comunicações,
para cuja realização foi decisivo o seu talento
de mobilizar e aglutinar pessoas. Um testemunho expressivo
desse esforço foi a criação em 1997 da
Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
(Intercom), fundada por ele e uma equipe de professores, um
projeto de criação de um espaço nacional
para o debate científico, que hoje reúne inúmeros
estudiosos e profissionais do país. A Revista Brasileira
de Comunicação, órgão da entidade,
publica ensaios e artigos de consagrados ou novos pesquisadores,
um efetivo compromisso com o apoio à divulgação
da pesquisa e do conhecimento.
Hoje
o professor José Marques continua em sua trajetória
enfrentando outros desafios, muitos deles próprios
do início deste milênio, o que não significa
abandonar as realizações anteriores. Ao contrário,
seu papel de promotor e indutor de inovações
certamente continuará a ser desempenhado, como ator
decisivo e determinante na arena da formação
científica e profissional.
Desejamos,
professor Marques, que fique em sua lembrança este
momento em que a Escola de Comunicações e Artes
lhe concede o Título de Professor Emérito e
que continue sempre presente no nosso Departamento de Jornalismo
e Editoração e na Escola de Comunicações
e Artes.
Muito
obrigada.
(São Paulo, 13 de dezembro de 2001)
AUTORIDADES
E INSTITUIÇÕES ASSOCIAM-SE À HOMENAGEM
PRESTADA PELA ECA-USP AO PROFESSOR MARQUES DE MELO
Maria
Cristina Gobbi
Na
noite de 13 de dezembro de 2001, a Congregação
da Escola de Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo (ECA-USP) reuniu-se extraordinariamente,
para prestar homenagem ao Prof. Dr. José Marques de
Melo, ex-diretor da instituição e um dos seus
docentes fundadores, outorgando-lhe o título de Professor
Emérito.
O
ato público, realizado no Anfiteatro Camargo Guarnieri
da Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira,
na cidade de São Paulo, Brasil, contou com a presença
de duas centenas de pessoas, incluindo docentes, estudantes,
professores, profissionais da mídia, dirigentes educacionais,
além de amigos e familiares do homenageado.
Na
abertura da solenidade, o Diretor da ECA, Prof. Dr. Waldenyr
Caldas, leu mensagem do Reitor Adolfo José Melfi, agradecendo
a colaboração do homenageado à Universidade
de São Paulo, desde a fundação da ECA.
"Trata-se de uma homenagem justa que vem coroar uma relação
estabelecida através de uma dedicação
mútua e permanente. A trajetória acadêmica
do Prof. Marques de Melo coincide com o desenvolvimento da
própria ECA. Ingressando na USP em 1966, foi um dos
responsáveis pela estruturação da Escola
de Comunicações Culturais, criada naquele ano
e que, mais tarde, passou a denominar-se Escola de Comunicações
e Artes. Foi o criador do Departamento de Jornalismo e Editoração,
seu chefe durante vários anos, bem como diretor da
Escola. Por tudo que realizou pela ECA e pela USP, o nosso
muito obrigado."
A
seguir, a Profa. Dra. Maria do Socorro Nóbrega, representando
o Conselho do Departamento de Jornalismo e Editoração,
proferiu saudação acadêmica, resgatando
a trajetória intelectual do homenageado. A entrega
do diploma de Professor Emérito foi feita pela representante
da Congregação da Escola, Profa. Dra. Maria
Immacolata Vassalo de Lopes, Presidente da sua Comissão
de Pós-Graduação.
No
discurso de agradecimento, o Professor Marques de Melo enfatizou
os desafios conjunturais para a inserção das
Ciências da Comunicação como novo campo
de conhecimento na universidade brasileira. Concitou a comunidade
da ECA a resgatar as utopias dos fundadores da instituição,
reassumindo seu papel de liderança nacional da área
e fortalecendo o diálogo internacional, além
de estreitar os laços de cooperação com
a sociedade, através das empresas, organismos estatais
e entidades não-governamentais.
Ao
encerrar a sessão solene, o Diretor Waldenyr Caldas
comprometeu-se, em nome da instituição, a empunhar
a bandeira histórica da reinserção da
ECA-USP nos cenários nacional e internacional, contribuindo
para o fortalecimento do campo das ciências da comunicação
no liminar da emergente sociedade da informação
e do conhecimento.
A
homenagem foi culminada com o lançamento nacional do
livro "Grandes Nomes da Comunicação: José
Marques de Melo", escrito pela Professora Maria Cristina
Gobbi (Universidade Metodista de São Paulo), com a
participação das professoras Juçara Brittes
(Universidade Federal do Espírito Santo) e Rosa Nava
(Centro Universitário Monte Serrat, de Santos). A obra
foi publicada pela Universidade Católica de Pernambuco,
em parceria com o Centro de Estudos da Imprensa e da Cidadania,
da cidade do Recife.
Adesões
institucionais
Associaram-se
à homenagem prestada pela ECA-USP ao Professor Marques
de Melo, enviando mensagens especiais, lidas na ocasião,
as seguintes autoridades nacionais: o Presidente da República,
Fernando Henrique Cardoso, e o Vice-Presidente Marco Maciel.
O
Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin,
fez-se representar através do Secretário de
Habitação, Francisco Prado, também Reitor
da Universidade Católica de Santos, que integrou a
mesa dirigente dos trabalhos. Também estiveram presentes
o Ex-Secretário de Cultura do Município de São
Paulo, Jornalista Rodolfo Konder, hoje ocupando o cargo de
Diretor do Curso de Comunicação Social das FIAM
- Faculdades Integradas Alcântara Machado; o Diretor
Pedagógico da UniFMU - Centro Universitário
Metropolitano, Prof. Dr. Roberto Moreira, além da Profa.
Dra. Ruth Vianna, representando a Comissão de Especialistas
em Comunicação do Ministério da Educação;
o Diretor da Revista Imprensa, Sinval de Itacarambi Leão,
e seu Editor, Tão Gomes Pinto.
Foram
ainda registradas as mensagens dirigidas pelo Cardeal Emérito
da Igreja Católica de São Paulo, Dom Paulo Evaristo
Arns; Jornalista Ana Arruda Callado, Vice-Presidente da ABI
- Associação Brasileira de Imprensa; Professor
Manuel Parés i Maicas, Presidente da IAMCR - Associação
Internacional de Estudos e Pesquisas sobre Mídia e
Comunicação; Jornalista Luis Humberto Marcos,
Secretário Executivo da IBERCOM - Associação
Ibero-Americana de Comunicação; Professora Vera
Regina França, Presidente da COMPÓS - Associação
Nacional dos Programas de Pós-Graduação
em Comunicação; Professores Almir de Souza Maia
e Gustavo Alvim, Reitor e Vice-Reitor da UNIMEP - Universidade
Metodista de Piracicaba; Professor Edevaldo Alves da Silva,
Presidente do Centro Universitário UniFMU; Professor
Altamir Soares de Paula, Pró-Reitor da UNICAP - Universidade
Católica de Pernambuco, Professor Pedro Gilberto Gomes,
Pró-Reitor da UNISINOS - Universidade do Vale dos Sinos;
o Coordenador do LABJOR - Laboratório de Estudos de
Jornalismo da Universidade Estadual de Campinas, Prof. Dr.
Carlos Vogt, além de outros reitores, vice-reitores
e dirigentes de universidades brasileiras.
Compareceram
pessoalmente os presidentes da UCIP - União Católica
Internacional de Imprensa, Prof. Dr. Ismar de Oliveira Soares
(USP); ALAIC - Associação Latino-Americana de
Pesquisadores da Comunicação, Profa. Dra. Margarida
Kunsch (USP) e da INTERCOM - Sociedade Brasileira de Estudos
Interdisciplinares da Comunicação, Profa. Dra.
Cicilia Peruzzo (UMESP); os Diretores da FELAFACS - Federação
Latino-Americana das Associações de Faculdades
de Comunicação Social, Prof. Erasmo de Freitas
Nuzzi (Faculdade de Comunicação Social Cásper
Líbero) e da ABECOM - Associação Brasileira
de Escolas de Comunicação, Prof. Dr. José
Coelho Sobrinho (USP); bem como o Presidente da Associação
Brasileira de Consultores de Marketing Político, Prof.
Dr. Gaudencio Torquato, e o Editor-Adjunto do jornal Valor,
Jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva.
Presença
da Metodista
A
UMESP - Universidade Metodista de São Paulo, onde o
Professor Marques de Melo é Titular da Cátedra
UNESCO de Comunicação, também associou-se
à homenagem, através das presenças do
seu fundador, Prof. Dr. Benedito de Paula Bittencourt, membro
do antigo Conselho Federal de Educação, e do
seu primeiro Reitor, Prof. Dr. Jacob Daghlian, hoje Coordenador
Geral de Pós-Graduação do Centro Universitário
Fundação Santo André.
O
atual Reitor da UMESP, Prof. Dr. Ferreira, Davi Barros, fez-se
representar através do Diretor da Faculdade de Comunicação
Multimídia, Prof. Dr. Sebastião Squirra. A Vice-Reitora
Acadêmica, Rinalva Cassiano, enviou mensagem de congratulações.
Também
compareceram ao ato a Diretora da Faculdade de Jornalismo
e Relações Públicas, Profa. Dra. Maria
Aparecida Ferrari , a Coordenadora do Curso de Jornalismo,
Profa. Marli dos Santos, a Coordenadora da Agência Experimental
de Relações Públicas, Profa. Isildinha
Martins, o Editor da Revista Comunicação &
Sociedade, Prof. Dr. Adolfo Queiroz, a Editora da Revista
Pensamento Comunicacional Latino-Americano, Profa. Maria Cristina
Gobbi. Foram anotadas ainda as presenças da Diretora-Adjunta
da Cátedra Unesco de Comunicação, Profa.
Dra. Sandra Reimão, da Assistente Acadêmica,
Márcia Velasques, e da equipe de estagiários
da Cátedra.
Outras
adesões
Diversas
instituições nacionais enviaram representantes
à homenagem. Dentre as presenças registradas
no livro de adesões, destacam-se as seguintes: Profa.
Juçara Brittes (Universidade Federal do Espírito
Santo); Prof. Edgard Rebouças (FAESA - Faculdades Associadas
do Espírito Santo); Prof. Dr. Sebastião Breguez
(Faculdades Associadas de Belo Horizonte); Prof. Dr. Gerson
Martins (UCDB - Universidade Católica Dom Bosco, Campo
Grande, Mato Grosso do Sul); Prof. Dr. Francisco de Assis
Fernandes (UNITAU - Universidade de Taubaté); Profa.
Dra. Graça Caldas (ABJC - Associação
Brasileira de Jornalismo Científico); Prof. Dr. Marco
Antonio Batan (Faculdade de Comunicação da Universidade
Católica de Santos); Professores Samantha Castelo Branco,
Fátima Feliciano, Valéria Lopes, Arquimedes
Pessoni e Rosangela Marçola (FIAM - Faculdades Intetgradas
Alcântara Machado); Prof. Fernando Almeida (UNIMEP -
Universidade Metodista de São Paulo); Professores Miranda
e Ouhydes Fonseca, além da Bibliotecária Vera
Alice de Moraes (FISP - Faculdades Integradas de São
Paulo); Profa. Rosa Nava (Centro Universitário Monte
Serrat, Santos).
Funções de liderança acadêmica
1972
- Fundador da Associação Brasileira de Ensino
e Pesquisa da
Comunicação - ABEPEC, São Paulo
1974/76 - Presidente da União Cristã Brasileira
de Comunicação Social -
UCBC, Rio de Janeiro
1977/1983 - Fundador e Presidente da Sociedade Brasileira
de Estudos
Interdisciplinares da Comunicação, INTERCOM,
São Paulo
1989/1992
- Presidente da Asociación Latinoamericana de Investigadores
de
la Comunicación - ALAIC, São Paulo
1992/96
- Vice-presidente da International Association for Media and
Communication Research - IAMCR, Amisterdam/Washington
1995/97
- Membro-fundador da World Network of Unesco Communication
Chairs e co-presidente do seu Comitê de Pesquisa, Paris/Montreal
1996/97
- Coordenador do Grupo de Trabalho de História da Comunicação,
da
Asociación Latinoamericana de Investigadores de la
Comunicación -
ALAIC, Caracas / Santos
Cargos
em Sociedades Científicas
Nacionais e internacionais
Diretor
Científico da Cátedra UNESCO/UMESP de Comunicação,
Universidade Metodista de São Paulo, 1996/2002
Co-Presidente
do Research and Publications Committe ds ORBICOM - World Network
of UNESCO Communication Chairs and Associates, Montreal, Canadá,
mandato 1997/1999
Membro
do Conselho Curador da INTERCOM - Sociedade Brasileira de
Estudos Interdisciplinares da Comunicação, São
Paulo, 1999/2001
Presidente
da LUSOCOM - Federação Lusófona de Ciências
da Comunicação, Lisboa/São Paulo, mandato
1998/2000
Presidente
da IBERCOM - Associação Iberoamericana de Comunicação
Madrid / Porto / São Paulo, mandato 1998/2000
Membro
do Global Connection Committee da ICA - International Communication
Association, Austin, Texas, Usa, mandato 1998/2000
Membro
do Legal Committee da IAMCR - International Association for
Media and Communication Research, Barcelona, Espanha, mandato,
1998/2000
Membro
do Conselho Científico da ALAIC - Asociación
Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación
Liderança
acadêmica
Formou
22 doutores de 1984 até setembro de 2000 e 57 mestres,
no período de 1980 a setembro de 2000, bem como orientou
dezenas de projetos de iniciação científica.
Supera uma centena e meia de artigos, mais de 30 entrevistas
para jornais, revistas, rádio e televisão, ultrapassa
a marca de 20 capítulos em livros e tem tido ativa
participação em congressos e encontros que tratam
da Comunicação Social, não só
no Brasil, mas também no exterior.
Foi
membro do Conselho Deliberativo do CNPq - Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico,
na gestão Goldemberg e presidente da Comissão
de Especialistas em Comunicação do Ministério
da Educação, na gestão Marco Maciel (Brasília).
Foi
presidente e fundador das seguintes entidades: Sociedade Brasileira
de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
(INTERCOM), União Cristã Brasileira de Comunicação
Social (UCBC). Exerceu também a Presidência da
Asociación Latinoamericana de Investigadores de la
Comunicación (ALAIC) e a Vice-Presidência da
International Assocation for Media and Communication Research
(IAMCR).
Coordena
atualmente três Projetos Integrados de Pesquisa: "Enciclopédia
do Pensamento Comunicacional na América Latina",
"Dicionário Bio-Bibliográfico dos Pesquisadores
Brasileiros de Ciências da Comunicação"
e "Imagens Midiáticas do Carnaval nos 500 anos
do Brasil". auspiciados pela Cátedra Unesco de
Comunicação para o Desenvolvimento Regional.
É
professor responsável pelo JBCC - Jornal Brasileiro
de Ciências da Comunicação, veiculado
semanalmente pela Internet para aproximadamente 10.000 e-mails,
circulando desde agosto de 1998.
Além
disso, é diretor responsável pela primeira Revista
Científica Digital publicada na Universidade Metodista
de São Paulo, pela Cátedra Unesco em parceria
com a ALAIC. Circulando trimestralmente, a publicação
está em sua quinta edição no mês
de outubro de 2000, tendo dessa forma mais de um ano de disponibilização
na WEB.
Titulação
acadêmica
Titulo
Área de ensino Instituição Local Ano
Bacharel Jornalismo Universidade Católica de Pernambuco
Recife 1964
Bacharel Direito Universidade Católica de Pernambuco
Recife 1965
Especialista Ciências da informação coletiva
CIESPAL - Centro Internacional de Estudos Superiores da Comunicação
para América Latina Quito / Equador 1966
Doutor Comunicação e jornalismo Universidade
de São Paulo São Paulo 1973
Pós-doutor Comunicação e desenvolvimento
Universidade de Wisconsin Madison / USA 1974
Livre-docente Jornalismo Universidade de São Paulo
São Paulo 1983
Professor Titular Catedrático Jornalismo e editoração
Departamento de Jornalismo e Editoração - ECA/USP
São Paulo 1987
Catedrático Unesco Comunicação Universidade
Autónoma de Barcelona Barcelona / Espanha 1991
Atividades
docentes
Cargo
Disciplina Instituição de Ensino Local Ano
Professor assistente Técnica de jornal e periódico
Universidade Católica de Pernambuco Recife 1965 / 1966
Professor titular Teoria da informação Cásper
Líbero São Paulo 1967 / 1968
Professor titular Metodologia da pesquisa em Comunicação
PUC São Paulo 1967 / 1968
Regente de cátedra Técnica de jornal e periódico
Esc. de Com. Culturais - USP São Paulo 1968 / 1971
Professor colaborador / cátedra titular Jornalismo
e editoração ECA/USP São Paulo 1971 /
1974
Professor titular Fundamentos científicos da Comunicação
Social IMS S.B.C. 1975 / 1978
Professor titular Jornalismo opinativo Cásper Líbero
São Paulo 1979 / 1984
Professor titular Jornalismo comparado Cásper Líbero
São Paulo 1979 / 1984
Professor titular Teoria social da Comunicação
IMS S.B.C. 1979 / 1984
Professor titular Pedagogia da Comunicação IMS
S.B. C. 1979 / 1984
Professor efetivo / titular Metodologia da Pesquisa em Comunicação
ECA/USP São Paulo 1979 / 1993
Professor efetivo / titular Jornalismo brasileiro ECA/USP
São Paulo 1979 / 1993
Professor permanente Sistemas de Comunicação
no Brasil e na Espanha Prolam São Paulo 1989
Professor permanente Sociologia e Comunicação
no Brasil Contemporâneo Prolam São Paulo 1989
Professor titular História das Ciências da Com.
Ind. Cult. do Brasil e Perspectivas Latino-Americanas sobre
Comunicação IMS S.B.C. 1995 / atual
Professor titular História da Mídia e do Jornalismo
Unicamp Campinas 1996 / atual
Professor convidado Métodos de Pesquisa em Comunicação
USP USP 1996
Diretor Científico Cátedra Unesco de Comunicação
Regional IMS IMS 1996 / atual
Atividades
acadêmicas no exterior
Atividade
Instituição Local Ano
Pesquisador visitante University of Wisconsin Madison - EUA
1973 / 1974
Pesquisador visitante de Madrid Universidad Complutense Madri
- Espanha 1988
Conferencista Universidad de Colima Colima - México
1990 / 1996
Conferencista Universidad Central de Venezuela Venezuela 1990
Professor visitante Universidad Iberoamericana México
1991
Conferencista Michigan State University East Lasing - EUA
1993
Conferencista University of Texas Austin - EUA 1991 / 1992
Professor visitante Universidad Autónoma de Barcelona
Barcelona - Espanha 1991 / 1992
Catedrático Unesco Universidad Autónoma de Barcelona
Barcelona - Espanha 1991 / 1992
Conferencista Université de Bourdeaux / Université
de Grenoble França 1991 / 1992
Conferencista University of Victoria Melbourne - Austrália
1991 / 1993
Professor visitante University of Texas Austin - EUA 1995
Professor visitante Universidad Iberoamericana Cidade do México
1996
Professor visitante Universidad Andina La Paz / Bolívia
1996
Conferencista Universidad Nacional Autónoma de Mexico
Cidade do México 1999
Principais
livros: repercussão na imprensa periódica e
na bibliografia acadêmica
Tese
de doutorado
A
tese de doutorado, sob o título "Fatores sócio-culturais
que retardaram a implantação da imprensa no
Brasil", foi concluída no final de 1972 e defendida
em sessão pública no dia 26 de fevereiro de
1973, no Auditório principal da Escola de Comunicações
e Artes da Universidade de São Paulo.
O
fato suscitou repercussão nacional por ter sido a primeira
tese de Doutorado em Jornalismo defendida numa universidade
brasileira. O registro da imprensa pode ser assim resumido,
tendo como fonte a documentação anexa ao "Memorial
para o Concurso de Professor Titular" (São Paulo,
ECA/USP, 1987).
O
jornal Correio Braziliense (Brasília, 6/3/1973), então
assumindo a liderança da cadeia jornalística
"Diários e Emissoras Associadas" fundada
por Assis Chateaubriand, estampou a notícia "Alagoano
ganha título de Doutor":
"O
alagoano José Marques de Melo é o primeiro Doutor
em Jornalismo no Brasil, tendo defendido tese em São
Paulo, em fins do mês passado... (...) Natural de Santana
do Ipanema, José Marques de Melo iniciou suas atividades
jornalísticas como colaborador do JORNAL DE ALAGOAS.
Posteriormente passou a colaborar com outros jornais brasileiros,
dentre eles 'Correio Braziliense', 'Diário de Pernambuco',
'Jornal do Comércio' e 'Gazeta do Povo' de Curitiba.
De 1964 a 1966 foi coordenador do Serviço de Editoração
e Divulgação da SUDENE. Em São Paulo,
tornou-se membro do Conselho Editorial da Coleção
'Mass Media', do Conselho Diretor da 'Biblioteca Pioneira
de Arte e Comunicação'. Como professor dedicou-se
à Faculdade Cásper Líbero e à
Escola de Comunicações e Artes, onde além
de professor foi diretor do Departamento de Jornalismo".
Sob
o título "Doutor em Jornalismo", o matutino
"O Jornal" (Rio de Janeiro, 15/3/1973) dedicou um
terço de página ao assunto, publicando uma reportagem
cuja abertura destacava:
"O
primeiro doutoramento em Jornalismo no Brasil enfrentou a
dificuldade de pertencer a um campo novo como Comunicações.
Delimitar os campos de atuação de uma área
que ainda está se definindo cientificamente é
uma tarefa complicada".
"A
própria banca examinadora, formada pelos doutores:
Rolando Morel Pinto, orientador - Manuel Nunes Dias, Julio
Garcia Morejón, Antonio Soares Amora e Virgílio
Noya Pinto, viu-se diante desse impasse. Tendo lido previamente
a tese do professor Marques: 'Fatores Sócio-Culturais
que retardaram a implantação da imprensa no
Brasil', todos os membros da banca apontaram o tema escolhido
como um assunto de natureza histórica".
"O
professor José Marques, ao defender-se dessa crítica,
salientou a importância de outras ciências para
o entendimento do Jornalismo".
"-
Em todos os momentos da tese deixo claro que não fiz
um levantamento da história. Desenvolvo a tese dentro
da minha especialização, Jornalismo Comparado,
que se auxilia de outras disciplinas como Antropologia e Sociologia.
Minha preocupação com a História é
para situar a imprensa como um primeiro instrumento de comunicação
de massa".
"Esse
levantamento de dados históricos também visou
futura publicação. E conseguiu trazer, assim,
uma contribuição para o estudo da comunicação
numa perspectiva científica, já que há
uma insuficiência bibliográfica nessa área".
Por
sua vez, o jornal "O Estado do Paraná" (Curitiba,
25/3/1973) publicava a reportagem "O primeiro doutor
do jornalismo brasileiro", dando ênfase ao estilo
jornalístico adotado na tese:
"A
redação da tese foi elogiada por todos os examinadores:
com um português fluido e simples que caracteriza o
estilo jornalístico do professor. Suas atividades jornalísticas
vem de longe. Desde 1959 quando era redator da 'Gazeta de
Alagoas' de Maceió".
Na
capital paulista, o semanário católico "O
São Paulo" (31/3/1973) publicava nota na primeira
página, saudando o autor da tese:
"Divulgamos
com prazer o doutoramento em jornalismo do professor José
Marques de Melo. Sua tese 'Fatores Sócio-Culturais
que retardaram a implantação da imprensa no
Brasil' mereceu 'nove e meio com distinção',
da seleta banca examinadora na USP. Ao primeiro doutor em
jornalismo do Brasil, professor universitário, autor
de vários livros e membro da União Cristã
de Comunicação Social, a UCBC, que também
já foi colaborador d'O SÃO PAULO, os parabéns
do pessoal da redação".
No
Nordeste, região de origem do autor, o acontecimento
também ganhou as páginas dos jornais:
O
diário "O Povo" (Fortaleza, 6/4/1973) foi
o primeiro a divulgar:
"O
jornalismo brasileiro ganhou seu primeiro doutor. É
o professor José Marques de Melo, que vem defender
tese abordando 'Fatores Sócio-Culturais que retardaram
a implantação da imprensa no Brasil'. Especializou-se
em Jornalismo Comparado. O professor José Marques de
Melo que tem muitos vínculos com o Departamento de
Comunicação Social da UFC, iniciou as suas atividades
jornalísticas em 1959 na 'Gazeta de Alagoas', de Maceió,
colaborando posteriormente em jornais do Rio Grande do Sul,
do Paraná, do Maranhão, de Brasília,
de Pernambuco e de São Paulo".
No
dia seguinte, o jornal maranhense "O Imparcial"
(São Luis, 7/4/1973) dava a seguinte notícia:
"Até
há alguns dias, no Brasil, não existia ninguém
que tivesse defendido tese para conquistar o título
de doutor em jornalismo. Esse fato ocorreu, já em 73,
com o professor José Marques de Melo, do corpo docente
da Universidade de São Paulo. (...) No ano de 72, o
professor doutor José Marques de Melo esteve em São
Luis ministrando aulas para o curso de Comunicação
Social do Estado e participando de seminário com professores
da FUM".
Nessa
mesma edição, o editor do jornal, jornalista
Sebastião Jorge, comentava em sua coluna "Interpretação
dos Fatos":
"Com
a defesa de tese pelo professor José Marques de Melo
(...) o Brasil ganha o seu primeiro Doutor em Jornalismo.
(...) Uma vitória que deve alegrar a todos os jornalistas,
porque isso é a valorização da profissão,
que abandona o seu empirismo e ingressa pelos caminhos da
ciência".
Para
melhor simbolizar o espírito corporativo dominante
naquela conjuntura, quando os jornalistas de todo o país
celebravam a regulamentação nacional da profissão,
o diário maranhense ilustrou a notícia principal
com uma fotografia em que o professor Marques de Melo aparecia,
em seminário realizado na USP. Ele estava ladeado pelas
duas principais lideranças do jornalismo brasileiro,
naquele momento: Barbosa Lima Sobrinho (presidente da Associação
Brasileira de Imprensa) e Adriano Campagnhole (presidente
da Federação Nacional dos Jornalistas).
A
imprensa pernambucana também registrou o fato. Em sua
edição de 8/4/1973, o tradicional "Diário
de Pernambuco" reconstituiria o clima do debate, durante
a defesa da tese, como se pode ver a seguir:
"As
perguntas dos examinadores - todas a título de colaboração
- e as respostas do professor, esclareceram diversos pontos
da tese. Para o professor dr. Júlio Garcia Morejón,
primeiro diretor da Escola de Comunicações e
Artes, em todo o seu trabalho o professor Marques isentou
de culpa o Governo Português dos atrasos da colônia.
O professor se justificou: - Não quis defender Portugal.
Procurei aplicar o método funcionalista, enfrentando
cientificamente o problema. Tive em alguns momentos que fazer
justiça ao Governo Português. Mas a minha preocupação
esteve voltada para os elementos encontrados na bibliografia
brasileira, que coloca esse problema como único. Inclusive
não deixo de considerar a posição portuguesa
como empecilho. Mas, este não é o único
aspecto do problema. Nessa perspectiva, os fatores sócio-culturais
representam um importante papel para o retardamento da implantação
da imprensa em nosso país".
O
arremate jornalístico desse capítulo da história
das ciências da comunicação no Brasil
pode ser exemplificado através da notícia divulgada
pelo "Jornal do Commercio" (Recife, 14/4/1973),
sob o título "José Marques é doutor
em Jornalismo":
"O
professor José Marques de Melo é o primeiro
doutor em Jornalismo do Brasil... (...) Coordenador de vários
cursos, seminários e simpósios, todo seu trabalho
tem sido dedicado para diversos trabalhos de pesquisa, que
se relacionam com jornalismo e com os meios de comunicação
de massa".
O
episódio permaneceria, contudo, na memória daquela
geração dos jornalistas brasileiros que comemoraram
a regulamentação da profissão. Mesmo
transcorrido o impacto do momento, ele continuaria a ser noticiado,
como foi o caso do jornalista mineiro Sebastião Breguez
na imprensa alternativa de Belo Horizonte:
"José
Marques de Melo (...) - primeiro brasileiro a fazer curso
de doutorado (...) é um dos principais autores de comunicação
do Brasil. Seus inúmeros estudos (artigos, conferências,
cursos) constituem o que há de mais atualizado em matéria
de imprensa no País. Portanto, ao estudar qualquer
aspecto da comunicação social no Brasil, teremos
(ipso facto) que pesquisar os trabalhos desse ilustre estudioso".
(Ars Media, Belo Horizonte, 1978).
O
pioneirismo do autor seria, contudo, mais evidenciado na bibliografia
acadêmica.
Ao
prefaciar o livro "Sociologia da Imprensa Brasileira"
(Petrópolis, Vozes, 1973), versão compactada
da referida tese de doutoramento, o Professor Luiz Beltrão
focalizava detidamente seus principais méritos:
"Em
nosso País, poucos são os analistas que se tem
preocupado com a pesquisa em comunicação e somente,
agora, nas Universidades, graças à ação
de um punhado de mestres (...) Entre esses poucos pesquisadores
e teóricos da comunicação está
o autor deste livro - JOSÉ MARQUES DE MELO. (...)".
"A
quem acompanha a evolução do pensamento, o trabalho
metódico, o exame sistemático dos problemas
suscitados pela comunicação interpessoal, grupal
e massiva que MARQUES DE MELO vem realizando - tudo concentrado
em seus livros anteriores - não escapa que ele continua
a ser o sertanejo de olhos abertos para a realidade e ouvidos
permanentemente à escuta. (...)".
"Por
isso, neste seu trabalho, originalmente apresentado como tese
de doutoramento, ele recolhe, interpreta e difunde, aplicada
à comunicação da História. (...)
Parece-nos, assim, que a identificação e o levantamento
dos fatores sócio-culturais que retardaram a implantação
da imprensa no Brasil não é uma incursão
de recreio de MARQUES DE MELO pelo campo dos estudos históricos
mas que, no seu trabalho de apreciação crítica
do desenvolvimento da Comunicação na atualidade,
sentiu que não poderia continuá-lo e analisar
a fundo a estrutura da nossa imprensa sem investigar-lhe as
origens. (...)".
"As
conclusões a que chega são respostas a elementos
essenciais à interpretação que vem realizando,
sistematicamente, desde aquelas tentativas provincianas de
averiguação dos hábitos de leitura e
da imagem de um diário recifense, ou da comparação
entre a forma e o conteúdo desse mesmo periódico
com um de menor circulação e influência
e outro de alcance nacional, até a importante contribuição
que levou à Europa com a sua análise da violência
no jornalismo brasileiro, no Simpósio sobre o Impacto
da Violência nos Meios de Comunicação,
promovido pela UNESCO, em Paris, em 1970. (...)".
"Apresentando
sua tese de doutoramento em 1972, em São Paulo, coincidentemente
com as celebrações do cinqüentenário
da Semana de Arte Moderna, responsável pela inovação
da literatura brasileira, pela antropofagia e pelo verde-amarelismo,
MARQUES DE MELO como que publica o manifesto da renovação
dos estudos de comunicação, que deixam de ser
agora papel carbono do que se faz no estrangeiro para abrir
uma trans-brasílica. Da irrefutabilidade das suas conclusões,
da fundamentação granítica que deu solidez
à sua hipótese, da crítica segura e detida
das interpretações de diferentes autores e correntes
históricas sobre os fatos e circunstâncias que
retardaram a implantação da imprensa no Brasil,
decorrem configurações e sugestões que
abrem aos estudiosos do campo novas e promissoras perspectivas.
Perspectivas que, inclusive, liquidam fronteiras interdisciplinares,
sobre as quais ninguém mais pode insistir na universidade,
hoje integrada nos avanços dos processos e métodos
de análise e de crítica que a investigação
científica criou e pos à disposição
do scholar. Perspectivas, enfim, que comprovam a definição
e a maioridade da Ciência da Comunicação".
O
livro foi muito bem recebido pelos críticos da produção
acadêmica brasileira.
Em
sua coluna "Livros", publicada no "Jornal"
(Rio de Janeiro, 9/12/1973), Paulo de Medeiros e Albuquerque,
fez o seguinte comentário:
"Já
tenho tratado aqui diversas vezes do trabalho do professor
José Marques de Melo, autor desta Sociologia da Imprensa
Brasileira, lançada agora pela VOZES. E já está
se tornando um lugar comum falar sempre bem desse professor
que tem o dom maior exigido a um mestre, a comunicação
fácil. No atual livro encontramos o mesmo escritor
brilhante, comunicativo, sem cair no popularesco e ao mesmo
tempo sem tomar o tom doutoral que alguns tomam para escrever
livros de assuntos sérios. Particularmente, não
gosto de chamadas ao pé da página ou ao fim
do volume pois na maioria das vezes fazem com que o leitor
perca o fio da leitura. Porém em obras com esta tais
notas são inevitáveis. É um livro que
se lê com prazer, esta interpretação sócio-cultural
da evolução da imprensa entre nós, escrita
por expert no assunto".
O
"Suplemento do Livro", do "Jornal do Brasil"
(Rio de Janeiro, 9/2/1974), acolheria crítica do acadêmico
Almeida Fischer, sob o título "Por que custou
tanto ao Brasil ter a sua imprensa?":
"Neste
volume, o Autor analisa o aparecimento da imprensa na Europa,
suas causas e conseqüências, a introdução
da imprensa no Oriente, com a contribuição dos
portugueses, e nos territórios coloniais da América
para, finalmente, estudar a implantação ou tentativas
de implantação da imprensa no Brasil. Aponta
Marques de Melo - e os disseca um a um em análise de
rigor científico, realizada com base em elementos colhidos
em ampla bibliografia - todos os requisitos indispensáveis
ao surgimento da imprensa, sintetizados em três fatores
principais, quais sejam o desenvolvimento do comércio
e da indústria, concentração urbana e
elevação do nível cultural das elites".
"Através de sua demorada peregrinação
pela história, buscando as primeiras manifestações
da imprensa no mundo, para chegar às mal sucedidas
ou efêmeras tentativas de instalação da
tipografia no Brasil Colonial de antes do Príncipe
D. João, o autor vai mostrando as dificuldades que
se antepuseram às atividades do homo tipographicus
ao longo do tempo, desde as sócio-econômicas-culturais
até as de natureza política. (...)"
"(...)Trata-se,
é certo, de estudo sério e válido de
um pesquisador paciente, culto e inteligente que refuta muitas
idéias errôneas largamente difundidas entre nós,
inclusive a de que o nosso atraso cultural na época
- responsável maior pela implantação
da imprensa no Brasil colonial - se devesse exclusivamente
à intransigência política e ao obscurantismo
dos governantes lusitanos".
O
crítico fluminense Carlos Silva saudava desta maneira
o aparecimento do novo livro no jornal Tribuna da Imprensa
(Rio de Janeiro, 7/8/1974):
"Um
livro que não pode faltar, de maneira alguma, nas estantes
daqueles que estudam os fenômenos da comunicação
no Brasil: 'Sociologia da Imprensa Brasileira', de José
Marques de Melo, que esteve recentemente nos Estados Unidos,
fazendo conferências sobre o tema que aborda neste livro.
(...) Ele consegue dar uma conotação diferente
ao histórico papel da imprensa na formação
da elite cultural brasileira, descendo às minúcias
e mostrando as realidades que outros historiadores preferiram
esquecer. José Marques de Melo é professor universitário
e o primeiro brasileiro a conquistar o título de Doutor
em Jornalismo. Integra o corpo docente da PUC e da USP (São
Paulo) e está desenvolvendo um programa de pós-graduação
que será implantado na Universidade de São Paulo".
Em
sua coluna semanal de crítica dos fatos midiáticos
brasileiros, publicada no jornal Diário do Povo (Campinas,
SP, 16/11/1976), o jornalista e escritor Mário Erbolato
chamaria a atenção dos seus leitores para a
singularidade das teses defendidas pelo professor Marques
de Melo:
"A
imprensa foi oficialmente implantada no Brasil em 1808, logo
após a chegada ao Rio de Janeiro de D. João
VI. Para José Marques de Melo, sete principais fatores
contribuíram para essa demora, segundo revelou em sua
tese de doutoramento em jornalismo, na USP, publicada em livro,
pela Editora Vozes, Ltda, sob o título Sociologia da
Imprensa Brasileira".
"Pela
ordem, eles são: natureza feitorial da colonização,
atraso das populações indígenas, predomínio
do analfabetismo, precariedade da burocracia estatal, insipiência
das atividades comerciais e industriais e reflexos da censura
e do obscurantismo metropolitanos. (...)"
"Submeteram-se
os portugueses, desde o início, aos costumes da vida
tribal dos nativos, tendo os jesuítas escolhido a língua
indígena para a catequese. José Marques de Melo
afirma que 'num panorama com tais características,
verifica-se que a imprensa pouco ou quase nada tinha para
que os indígenas assimilassem a cultura portuguesa".
Mais
recentemente, ao prefaciar o livro "Teoria da Comunicação:
paradigmas latino-americanos" (Petrópolis, Vozes,
1998, p. 9), o professor e também jornalista Carlos
Eduardo Lins da Silva ressalta o vanguardismo do professor
Marques de Melo ao defender sua tese de doutoramento sobre
jornalismo na USP:
"O
valor do trabalho acadêmico de José Marques de
Melo é indiscutível. Alguns dos seus livros
são simplesmente basilares. Para citar apenas um, 'Sociologia
da Imprensa Brasileira' (Petrópolis, Vozes, 1973).
A originalidade de muitas interpretações feitas
por aquele livro a respeito da história da imprensa
no Brasil (por exemplo, dos fatores que retardaram o seu aparecimento
no país) tornou impossível para qualquer acadêmico
posterior tratar do assunto sem se referir a elas".
Estudos
de pós-doutorado
Ao
conquistar, em 1973, o título de Doutor em Jornalismo
pela Universidade de São Paulo, o professor Marques
de Melo candidatou-se a bolsa de pós-doutorado no exterior,
sendo agraciado com dotação da FAPESP - Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo,
para cumprir tal programa de estudos.
No
campus da cidade de Madison da University of Wisconsin, o
professor Marques de Melo percorreu todas as universidades
nucleadas no Consórcio das Universidades do Meio-Oeste
dos EUA (Illinois, Indiana, Michigan, Minnessota, Wisconsin),
realizando amplo levantamento dos estudos norte-americanos
a respeito de comunicação no Brasil, além
de um diagnóstico complementar sobre o desenvolvimento
e as tendências da pós-graduação
em jornalismo nas universidades daquele país.
O
segundo trabalho permaneceu inédito, incorporado, sob
a forma de relatório científico, aos arquivos
da FAPESP e da USP. Já o primeiro recebeu ampla difusão,
editado sob a forma de livro - "Comunicação,
Modernização e Difusão de Inovações
no Brasil" (Petrópolis, Vozes, 1978).
Na
introdução do referido volume, o autor explicita
sua motivação intelectual e sua meta acadêmica:
"(...)
Causa surpresa o volume de conhecimentos que os pesquisadores
dos EUA já acumularam sobre o fenômeno da comunicação
na sociedade brasileira, como decorrência dos estudos
de campo aqui realizados. Mais surpreendente ainda é
o fato de tais conhecimentos não estarem disponíveis
nos centros culturais do país e não estarem
sendo incorporados à análise do comportamento
dos media em nossa cultura. (...)"
"Já
havíamos constatado a presença dos brazilianistas
na área de comunicação, quando fizemos,
há alguns anos, um levantamento bibliográfico
das fontes de pesquisa no setor. Alguns dos trabalhos mais
importantes (...) deixaram de ser incluídos naquele
documento, por não encontrarmos fontes nacionais possíveis
de oferecer referências sobre os mesmos. (...)"
"Foi
essa impossibilidade de arrolar, aqui no Brasil, aquele conjunto
de estudos (...) que nos motivou a viajar para os Estados
Unidos e localizar os documentos que tinham sido publicados,
ou que, mesmo inéditos, estivessem ao alcance do público
universitário (...)".
"O
resultado dessa investigação paciente, durante
um ano, levou-nos a compulsar 235 títulos, compreendendo
estudos metodologicamente os mais diversos e envolvendo ampla
gama de estudos relativos à comunicação
no Brasil. Sentíamos, a cada momento, a sensação
de vivermos sob um telhado de vidro (...)".
"O
Jornal do Brasil" (Rio de Janeiro) antecipou-se até
mesmo à publicação da obra, divulgando
em setembro de 1976 uma seleção dos principais
títulos resgatados, numa reportagem sob o título
"O Brasil, interpretado em inglês, arquivado nas
bibliotecas americanas".
Quando
lançado no mercado editorial, o livro alcançaria
imediata repercussão na imprensa.
Núbia
Silveira, em comentário publicado na "Folha da
Tarde" (Porto Alegre, 13/5/1978), expressaria o seguinte:
"Apesar
do grande número de escolas de comunicação
existentes no Brasil, são raros os brasileiros - da
área de comunicação social - que se dedicam
a pesquisas sobre o meio rural. Também aqui os norte-americanos
são os mais dedicados. As maiores pesquisas, no campo
da comunicação social, voltadas ao meio rural,
foram feitas por norte-americanos ou com verbas de entidades
norte-americanas. Isto é o que fica claro neste último
livro do professor José Marques de Melo.(...) O livro
é importante principalmente para os comunicadores que
desejam estar bem informados e desejam, pelo menos, saber
do que tratam os trabalhos realizados nessa área no
Brasil e que não estão ao nosso alcance".
Por
sua vez, o jornalista Mário Erbolato, em artigo publicado
no "Jornal da Cidade" (Bauru/SP, 17/5/1978), tomava
as evidências do livro como argumentos para justificar
o incentivo à pesquisa em comunicação
no Brasil.
"A
comunicação social tem evoluído no Brasil?
A resposta só pode ser afirmativa, pois os jornais
são cada vez melhores e há facilidades, que
se ampliam, para a obtenção, transmissão
e divulgação de notícias. O que nos falta
é a pesquisa nessa área. (...) José Marques
de Melo, em 'Comunicação, Modernização
e Difusão de Inovações no Brasil' (Editora
Vozes, Petrópolis) demonstra seu pessimismo ao acentuar
que, mesmo em universidades oficiais, alguns projetos não
têm encontrado apoio ou ambiente propício para
a sua concretização. (...) A coletânea
de José Marques de Melo, valorizada pelo seu prefácio
é uma advertência no sentido de que, se os professores
norte-americanos sentiram interesse em conhecer a comunicação
no Brasil, especificamente na área agrícola,
onde as dificuldades são maiores, também poderíamos
nós, procedermos estudos semelhantes com apoio de universidades".
Em
Belo Horizonte, Sebastião Breguez - Ars Media ( 11/6/1978)
- destacaria o valor da obra.
"O
livro 'Comunicação, Modernização
e Difusão de Inovações no Brasil' tem
o mérito principal de permitir o acesso a textos que
até agora tinham circulação restrita
nos meios acadêmicos. E por tratarem de fenômenos
da comunicação social no Brasil e o problema
da mudança social são de extremo interesse para
os interessados pelo sertão".
Tese
de livre-docência
A
tese de livre-docência intitulada "Gêneros
opinativos na imprensa brasileira" foi defendida em concurso
público de títulos e provas realizado na ECA/USP.
Esse
trabalho foi revisto e adaptado para ser publicado sob a forma
de livro - "A Opinião no Jornalismo Brasileiro"
(Petrópolis, Vozes, 1a. ed, 1982; 2a. ed., 1994).
A
essência da tese foi assim exposta pelo professor Manual
Carlos Chaparro, num dos capítulos do seu livro "Sotaques
d'aquém e d'além mar - percursos e géneros
do jornalismo português e brasileiro" (Santarém,
Jortejo, 1998, p. 106-107):
"No
ambiente da língua portuguesa, a obra mais importante
sobre gêneros jornalísticos é de José
Marques de Melo. Trata-se de estudo publicado em 1982 (reeditado
em 1994 sem alterações substanciais), no qual
o autor propõe uma classificação que
reafirma o paradigma anglo-saxônico, dividindo os textos
jornalísticos nas categorias Informação
e Opinião. A relação de lógica
classificatória, hierárquica, entre categoria
e gênero, Melo justifica-a pela evolução
histórica do jornalismo, da qual resultou a necessidade
sociopolitica de distinguir os fatos (news/stories) das suas
versões (comments), ou seja, delimitar os textos que
continham opiniões explícitas".
"A
originalidade da proposta de Marques de Melo está nos
critérios que usa para estabelecer sua proposta de
classificação".
"Ele
entende, preliminarmente, que um gênero jornalístico
se caracteriza pelo 'conjunto de circunstâncias que
determinam o relato que a instituição jornalística
difunde', rejeitando critérios de autores (como Luiz
Beltrão) que identificam géneros com base nos
códigos em que a mensagem se expressa".
"Para
exemplificar, escreve Marques de Melo: '(...) a fotografia
ou o desenho são perfeitamente identificáveis
como notícias (quando apreendem a faceta privilegiada
de um facto), como complemento de notícias (e aí
a notícia é compreendida como uma estrutura
articulada entre texto e imagem) ou como reportagem (quando
as imagens são suficientes para narrar os acontecimentos)'.
Aceita como válida, porém, a autonomia da opinião
ilustrada (caricatura), por se tratar de uma forma de expressão
que ficou reduzida à imagem no nosso jornalismo".
"Depois,
para organizar a sua classificação, Melo estabelece
que as duas categorias em que se agrupam os gêneros
jornalísticos 'correspondem à intencionalidade
determinada dos relatos'. E nesse sentido, o autor identifica
duas vertentes: a vertente da 'reprodução do
real' (informação) e a vertente da 'leitura
do real' (opinião). Explicação: Reproduzir
o real significa descrevê-lo jornalisticamente a partir
de dois parâmetros: o actual e o novo. Ler o real significa
identificar o valor do actual e do novo na conjuntura que
nutre e transforma os processos jornalísticos".
"No
reforço da proposta, Marques de Melo defende a idéia
de que o jornalismo articula-se em função de
dois núcleos de interesse: a descrição
e a versão dos factos - daí o relato jornalístico
haver assumido duas modalidades: a descrição
e a versão dos factos".
"Com
base nessa visão, Marques de Melo propõe e defende
a bifurcação dos gêneros jornalísticos,
agrupando-os nas categorias do Jornalismo Informativo e do
Jornalismo Opinativo. Ressalve-se, entretanto, que o seu estudo
se aplica particularmente ao jornalismo brasileiro".
Numa
outra perspectiva, a pesquisadora argentina Amalia Dellamea
resgata os fundamentos em que está ancorado o professor
Marques de Melo ao formular sua tese sobre a classificação
dos gêneros jornalísticos na imprensa diária
brasileira da segunda metade do século XX. Essa apropriação
didática permite àquela autora construir o capítulo
"A natureza do jornalismo" do seu livro "El
Discurso Informativo - Gêneros Periodísticos"
(Buenos Aires, Editorial Docencia, 1994, p. 24-31):
"El
estudio cientifico de la comunicación periodística
está próximo a cumplir dos siglos de antiguedad.
Sin embargo, la investigación sistemática, los
estudios generales y la actividad de enseñanza de los
fenómenos periodísticos desplegados en esse
tiempo no resultaron suficientes para alcanzar una precisión
conceptual sobre campo de la comunicación quizá
el área más significativa socialmente dentro
de las que comprende la comunicación coletiva".
"La
carencia de rigor conceptual y de exactidud analítica
en este campo de conocimientos se origina en dos circuntancias,
a juicio del investigador brasileño José Marques
de Melo, director de la Escuela de Comunicaciones y Artes
de la Universidad de San Pablo".
"Por
un lado, el hecho de que la actividad periodística
es un fenómeno social y, en consecuencia, dinámico.
Y, por outro, la dificultad que plantea la esencia misma del
periodismo por cuanto se nutre de lo efímero, lo privisorio,
lo circunstancial. Es por este motivo que exige del investigador
mayor argucia en la observación y mejores instrumentos
metodológicos para que sus análisis no queden
atrapados en las redes de lo transitorio (MARQUES DE MELO,
1985: 7)".
"Los
análisis históricos señalan como primer
antecedente verificable del início de los estudios
sistemáticos de la comunicación periodística
el Curso de Ciencia de la Prensa, que la Universidad de Breslau,
Polonia, inició en 1806 (Nixon, 1963; Marques de Melo,
1985). Pero estos estudios también destacan que el
periodismo recién llegó a estructurarse como
nueva área de investigación y enseñanza
a fines del siglo pasado.(...)"
"Para
Marques de Melo, sólo con él ascenso de la burguesia
al poder y com la abolición de la censura previa, es
posible hablar de auténtico periodismo, en cuanto procesos
regulares, contínuos y libres de información
sobre la actualidad y de opinión. (...)"
"A
partir de esa revisión histórica de los caminos
que condujeron al periodismo informativo, Marques de Melo
realiza la reflexión que se incluye seguidamente:"
"Nótese,
por lo tanto, que el periodismo francés y el periodismo
inglés presentan patrones diferentes de expresión
simbólica. Mientras que el periodismo francés
se presentaba com todo el vigor opinativo, promoviendo debates,
proporcionando cobertura a los problemas y participando activamente
en el escenário político; el periodismo inglés
asumia una tendencia informativa retrayéndose del combate,
preferiendo distanciarse de la confrontación directa
con los centros de poder. (MARQUES DE MELO, 1985: 15)".
"La
tajante división entre la vertiente informativa y la
vertiente opinativa tomó cuerpo tempranamente en la
evolución de la comunicación periodística.
Aún hoy, autores de estudios sobre géneros periodísticos,
y en especial editores de medios y periodistas, la postulan
y llevan a la práctica, planteando una distinción
irreconciliable entre ambas formas de tratamiento de los hechos
y acontecimientos que pueden ser cubiertos periodisticamente.(...)"
"No
es el objectivo de esta propuesta didáctica presentar
una historia del periodismo, por esta razón se incluyen
solamente alguns hitos históricos de la evolución
de las grandes formas periodísticas - informativa y
opinativa - que sirven de fundamento a las propuestas de las
teorías clásicas de los géneros en el
periodismo. Tales formas - concretadas en un conjunto amplio
de "formatos textuales"- tienen amplia vigencia
en la actividad profesional del periodismo actual en la Argentina,
por lo que serán expuestos y discutidos en detalle
más adelante".
Pesquisador
Visitante em Madrid
Em
1987, o professor Marques de Melo completou sua carreira acadêmica
na USP, sendo aprovado em concurso público que o converteu
no primeiro Professor-Titular de Jornalismo da ECA - Escola
de Comunicações e Artes.
Depois
de vários anos de intensa atividade pedagógica
e administrativa, ele julgou que era oportuno requerer uma
trégua, dedicando-se exclusivamente à pesquisa.
Para tanto, buscou apoio do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico, candidatando-se a
Bolsa de Pesquisador Visitante na Europa.
A
instituição escolhida para realizar esse programa
de maturidade acadêmica foi a Facultad de Ciencias de
la Información da Universidad Complutense de Madrid
(Espanha). O estágio durou todo o ano de 1988, permitindo-lhe
também visitar outras instituições universitárias
européias, especialmente nas cidades de Barcelona,
Paris, Roma e Londres.
Mas
o seu interesse acadêmico privilegiou o papel desempenhado
pela imprensa na transição política espanhola.
Dos estudos e análises efetuados nessa ocasião
resultaram dois livros.
"Espanha:
Sociedade e Comunicação de Massa" (São
Paulo, Summus, 1989), que consiste numa "leitura da imagem
da Espanha, tal qual projetada pela sua imprensa diária".
No prefácio da obra, o autor explica sua motivação
intelectual:
"Este
livro pretende contribuir para uma melhor informação
da sociedade espanhola no Brasil. Tem sobretudo a finalidade
de atualizar a visão contemporânea sobre fatos,
personagens e instituições a partir de uma ótica
eminentemente jornalística".
"Não
se trata de uma obra resultante da observação
pessoal de um jornalista em contacto com o povo e a realidade
espanhola, como é peculiar de reportagens sobre as
conjunturas sócio-políticas nacionais. Sua natureza
emerge do cruzamento entre a atitude do jornalista e a ação
do pesquisador da imprensa.(...)"
"Durante
o ano de 1988 tive a oportunidade de viver na Espanha, reconhecendo
sua gente, suas tradições e compreendendo seus
projetos para o futuro. (...) Assumi a postura de que uma
pesquisa de natureza jornalística ficaria limitada,
incompleta, se não contemplasse as fontes jornalísticas
correntes.(...) A imprensa diária e semanal fornece
ao cidadão um cabedal precioso de notícias,
reportagens, artigos e comentários que retomam a cena
histórica recente, a partir dos acontecimentos do cotidiano.(...)"
"É
justamente esse resgate da cobertura jornalística,
depois selecionado, filtrado e contextualizado, que reproduzo
neste livro. As observações e anotações
puramente acadêmicas serão divulgadas sob a forma
de ensaios e artigos nas publicações específicas
dirigidas à comunidade universitária".
"Comunicação
Comparada: Brasil/Espanha" (São Paulo, Loyola,
1990) é uma análise comparativa do papel dos
meios de comunicação de massa (espanhóis
e brasileiros) na "passagem de regimes autoritários
para sistemas erigidos de acordo com os padrões das
modernas democracias representativas". "Esta é
uma obra coletiva, resultante do diálogo do professor
Marques de Melo com seus alunos da ECA/USP, onde ministrou
um curso de pós-graduação, em 1989, sobre
o tema "Espanha/Brasil: Comunicação de
Massa e Transição Democrática".
Dele
participaram, como alunos, Bernardo Kucinski, Victor Gentilli,
Sinval Medina, José Castilhos Karam, Adilson José
Ruiz , Glória Kreinz, Santa Maria Nogueira Silveira.
O volume inclui o texto-básico, escrito pelo professor,
sobre o papel da mídia no processo de democratização
da sociedade espanhola (de Franco a Felipe González),
além dos ensaios produzidos pelos estudantes, comparando
facetas da transição espanhola com aquela vivenciada
pelo Brasil no período pós-64.
A
ênfase do projeto era de natureza metodológica.
"As
monografias aqui reunidas permitirão compreender melhor
como o método comparativo pode ser útil para
diagnosticar questões comunicacionais emergentes e
para prever tendências de assimilação
cultural ou de acomodação política".
Mas
sua finalidade precípua situava-se no âmbito
teórico, avaliando políticas e estratégias
de comunicação em sociedades que transitavam
para a democracia.
"A
comparação Brasil/Espanha é importante
para detectar as diferenças de posturas em relação
ao controle dos meios de comunicação e às
saídas para conquistar a modernidade, valendo-se da
mediação simbólica que a indústria
cultural oferece inequivocamente. O registro das mutações
ocorridas nos dois países, neste final de século,
pode ocasionar ações culturais ou políticas
destinadas a consolidar o pluralismo democrático e
a alternância de poder como fórmulas capazes
de aperfeiçoar o caminho para sociedades prósperas,
justas, cultas e solidárias".
Trajetória
Intelectual: 1959-2002
José
Marques de Melo
Minha
trajetória intelectual tem sido marcada por ações
multifacetadas, configurando fluxos paralelos ou convergentes.
Jornalista
- Quando comecei a escrever, em 1959, para os jornais diários
de Maceió - Gazeta de Alagoas e Jornal de Alagoas -
abracei um campo de trabalho movido a paixão. Esse
itinerário teve um capítulo pernambucano, especialmente
situado na edição Nordeste do jornal Ultima
Hora e na edição recifense do Jornal do Commercio,
onde exercitei minhas habilidades como repórter. Foi
retomado em São Paulo, quando passei a escrever artigos
para A Gazeta, O São Paulo, Folha de S. Paulo, O Estado
de S. Paulo e jornais de outras cidades brasileiras. Tem tido
continuidade na minha presente atuação como
colunista das revistas Imprensa (São Paulo) e Etcétera
(Cidade do México). Como editor, dedico-me hoje à
coordenação da série 200 anos da imprensa
brasileira, contando com a participação de jornalistas-pesquisadores
de todo o território nacional, e à supervisão
do semanário digital "Jornal Brasileiro de Ciências
da Comunicação".
Escritor
- Atividade iniciada em 1970, com a publicação
do livro de estréia "Comunicação
Social: Teoria e Pesquisa" (Editora Vozes, Petrópolis).
A revista Comunicação & Sociedade (Ano 22,
N. 34) publicou artigo de Waldemar Kunsch resgatando a memória
desse acontecimento. Desde então, tenho lançado
obras situadas nos gêneros ensaio, monografia ou coletânea,
perfilando mais de três dezenas de títulos acadêmicos
ou volumes de divulgação científica.
Dirigi a Coleção Clássicos do Jornalismo
Brasileiro, publicada pela Editora da Universidade de São
Paulo. Venho também coordenando coleções
de estudos comunicacionais lançados pela Editora Vozes,
além de integrar os conselhos editoriais de empresas
como Pioneira, Loyola, Paulinas, Summus etc Trabalho, agora,
na preparação de dois novos livros: "História
do Pensamento Comunicacional" e "Jornalismo: Teoria
e Pesquisa".
Professor
- A aventura do magistério principiou no ano de 1962,
quando me tornei monitor da cadeira de Técnica de Jornal
e Periódico, dirigida pelo Professor Luiz Beltrão
na Universidade Católica de Pernambuco. Logo depois
de me diplomar em Jornalismo (1964), preparei-me para enfrentar
o desafio do ensino superior, fazendo o curso de pós-graduação
ministrado pelo Centro Internacional de Estudos Superiores
para a América Latina, instituição mantida
pela UNESCO em Quito, Equador.
Ao
obter o diploma de Especialista em Ciências da Informação
Coletiva, tive a chance de substituir o Professor Luiz Beltrão
na referida cátedra (1966), assumindo no ano seguinte
a disciplina de Teoria da Comunicação, criada
pela Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero,
na cidade de São Paulo. Nessa mesma ocasião,
tornei-me docente fundador da Escola de Comunicações
e Artes da Universidade de São Paulo, onde criei e
implantei os cursos de Jornalismo e Editoração.
Atuei
naquela universidade, em regime de dedicação
exclusiva à docência e à pesquisa, durante
o período 1967-1974, quando fui atingido por ato arbitrário
do governo militar, ficando impedido de lecionar em universidades
públicas durante cinco anos. Com a Anistia de 1979,
fui reintegrado como docente da USP, posição
que mantive até 1993, quando me aposentei por tempo
de serviço público, após ter exercido
funções executivas como Chefe do Departamento
de Jornalismo e Diretor da Escola de Comunicações
e Artes.
Durante
o interregno da minha cassação política,
atuei como professor da Faculdade de Comunicação
Social Cásper Líbero (graduação
e pós-graduação) e do Instituto Metodista
de Ensino Superior, depois transformado em Universidade Metodista
de São Paulo, onde fui responsável pela implantação
do Centro de Pós-Graduação, iniciado
com a criação do Mestrado em Comunicação
Social. Para essa instituição retornei em 1993,
quando me aposentei na ECA-USP, assumindo o encargo de implantar
o Doutorado em Comunicação Social e instituir
a Cátedra Unesco de Comunicação para
o Desenvolvimento Regional.
Entrementes,
exerci o cargo de Diretor da Faculdade de Ciências da
Comunicação e da Cultura, liderando o processo
de atualização pedagógica desse núcleo
de ensino, pesquisa e extensão, posteriormente convertido
em três unidades acadêmicas autônomas. Ali
permaneço até agora, como docente e pesquisador,
orientando teses de mestrado e doutorado, além de dirigir
a Cátedra Unesco de Comunicação. Mantenho
ainda o meu vínculo acadêmico com a Escola de
Comunicações e Artes da USP, da qual me tornei
Professor Emérito em 2001, cooperando voluntariamente
em seus programas de pós-graduação e
pesquisa.
Da
mesma forma, permaneço colaborando com outras universidades
nacionais e estrangeiras, ministrando cursos e dirigindo seminários,
na condição de professor visitante. Minha vinculação
mais recente tem sido com a Universidade Autônoma de
Barcelona (Espanha), Universidade do Texas (Estados Unidos),
Universidade Iberoamericana (México), Universidade
Andina Simon Bolívar (Bolívia), Universidade
Diego Portales (Chile). Estão pendentes compromissos
a serem desenvolvidos no próximo ano com a Universidade
Eduardo Mondlane (Moçambique) e Universidade Nacional
de La Plata (Argentina).
Pesquisador
- A pesquisa tem sido o núcleo gerador e inspirador
de tudo que tenho desenvolvido no jornalismo, na literatura
acadêmica e na sala de aula. Sua gênese remonta
ao ano de 1963, quando me engajei no programa de iniciação
científica em jornalismo, dirigido pelo Prof. Luiz
Beltrão no Instituto de Ciências da Informação
(UNICAP, Recife).
Participei
do estudo sobre a crônica policial na imprensa pernambucana,
divulgado pela revista pioneira "Comunicações
& Problemas". Em 1965, assumi a direção
do Departamento de Investigação Científica
do ICINFORM, função que me habilitou a migrar
para São Paulo, trabalhando como pesquisador profissional.
Fui contratado em 1966 como Diretor de Estudos Midiáticos
do INESE - Instituto de Estudos Sociais e Econômicos,
ali atuando durante dois anos, sob a orientação
madura do antropólogo Octávio da Costa Eduardo,
e assumindo a direção de projetos contratados
por organizações como Editora Abril, Folha de
S. Paulo, além de empresas como Shell, Nestlé
ou Shopping Iguatemi.
Em 1967, fundei na Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero,
então vinculada à Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, o Centro de Pesquisas
em Comunicação, responsável pelo desenvolvimento
de um conjunto de estudos sobre quadrinhos, fotonovelas, telenovelas,
radiodifusão, imprensa de imigrantes e outros temas
até então minimizados pela academia. Na USP,
criei o Centro de Pesquisas em Jornalismo Comparado e o Museu
da Imprensa, atuando em duas frentes investigativas: o trabalho
de campo e a pesquisa documental. Inscrito no programa de
Doutorado da Escola de Comunicações Culturais,
desenvolvi no qüinqüênio 1967-1972 o projeto
individual que me habilitou a defender em 1973 a tese "Fatores
Sócio-Culturais que retardaram a implantação
da imprensa no Brasil". Agraciado com bolsas de pós-doutorado
da FAPESP e grant complementar do Consórcio das Universidades
do Meio-Oeste dos Estados Unidos, realizei em 1973/1974 dois
projetos concomitantes: um inventário crítico
sobre o conhecimento comunicacional estocado pelos schorlars
norte-americanos sobre o Brasil e um estudo retrospectivo
sobre a experiência norte-americana no campo acadêmico
do jornalismo.
Durante
o período em que estive afastado da USP, por motivos
políticos, realizei vários projetos monográficos,
enfeixados nos livros publicados durante toda a década
de 70, e nas atividades desenvolvidas no âmbito da Sociedade
Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
(INTERCOM), entidade que fundei em 1977 e presidi durante
o primeiro quadriênio, sendo hoje seu Presidente de
Honra, além de Diretor da "Revista Brasileira
de Ciências da Comunicação". Ao reassumir
minha função acadêmica na USP, retomei
o trabalho de pesquisa avançada, dedicando-me ao projeto
"Gêneros Opinativos na Imprensa Brasileira",
defendendo tese e conquistando o título de Livre-Docente
em Jornalismo, em 1983.
A
década de 80 foi bastante produtiva nesse campo da
produção científica, ficando amplamente
documentada no memorial com que me habilitei à conquista
do título de Professor Titular em Jornalismo da ECA-USP
(1987) e que respaldou a decisão do CNPq de conceder-me
bolsas de estudos para desenvolver os estudos comparativos
Brasil-Espanha, empreendidos no biênio 1988/1989, posteriormente
divulgados sob a forma de livros. O quadriênio 1989-1992,
marcado pela minha atuação como Diretor da ECA-USP,
foi orientado, no plano científico, para contribuição
às políticas públicas no campo da ciência
e da tecnologia.
Exerci
então funções consultivas nas agências
nacionais de fomento científico - CAPES, FINEP, CNPq
- além de haver projetado o Brasil no cenário
da América Latina, presidindo a ALAIC - Asociación
Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación.
A década de 90 foi inteiramente dedicada à alavancagem
do Brasil no panorama mundial da pesquisa em comunicação,
ocupando posições estratégicas em instituições
como a IAMCR - International Association for Media and Communication
Research, ICA - International Communication Association, ORBICOM
- World Network of Communication Unesco Chairs. LUSOCOM -
Federação Lusófona de Ciências
da Comunicação e IBERCOM - Asociación
Iberoamericana de Comunicación. Nesse último
decênio coordenei projetos internacionais de pesquisa
enfocando a imagem do Mercosul na imprensa da mega-região,
a imagem do Carnaval Brasileiro na imprensa mundial e a natureza
das festas populares como processos comunicacionais na América
Latina. Tenho atuado também como Pesquisador Sênior
do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo
da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.
Os
projetos para os quais direciono minhas energias, neste primeiro
biênio do novo século, tem sido: 1) o resgate
da trajetória da imprensa brasileira, através
da Rede Alfredo de Carvalho para a preservação
da Memória e a construção da História
da imprensa no Brasil; 2) a construção da memória
das ciências da comunicação na América
Latina, programa de trabalho coletivo de que resultaram vários
livros de natureza bio-bibliográfica e as edições
trimestrais da revista digital "Pensamento Comunicacional
Latino-Americano".
Consultor
- Desde 1993, quando decidi aposentar-me da função
pública, fundei uma empresa de consultoria denominada
Marques de Melo Serviços Ltda, através da qual
venho prestando serviços especializados a órgãos
públicos, empresas privadas e universidades.
Dentre
os projetos desenvolvidos, destacam-se a avaliação
dos programas de comunicação para o prevenção
da saúde nos Estados de São Paulo e Ceará
(financiado pela USAID - United States Agency for International
Development); a criação, implantação
e treinamento do corpo docente da Faculdade de Comunicação
da Universidade de Passo (RS); a criação do
curso de comunicação social da FISP - Faculdades
Integradas de São Paulo; a avaliação
do programa de pós-graduação em comunicação
da Faculdade mantida pela Fundação Cásper
Líbero (SP); a reformulação didática
do curso de graduação em comunicação
da UNIFOR - Universidade de Fortaleza; a implantação
dos cursos de pós-graduação em comunicação
na UCDB - Universidade Católica Dom Bosco e UNIDERP
- Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região
do Pantanal, ambas em Campo Grande (Mato Grosso do Sul); a
criação do curso de graduação
em jornalismo das Faculdades de Campinas - FACAMP. Atualmente,
estou me dedicando ao projeto de renovação pedagógica
da Faculdade de Comunicação Social do Centro
Universitário Alcântara Machado - UniFIAM (São
Paulo).
Cidadão
- No plano associativo, tenho participado de várias
iniciativas desde os tempos de juventude. Liderei publicações
estudantis, em Maceió e Recife, como os jornais "O
CBA", "Tribuna do Secundarista", "Revista
Estudantes", além de me haver engajado no movimento
universitário da época, atuando em programas
e congressos da UESA - União dos Estudantes Secundários
de Alagoas, UEP - União dos Estudantes de Pernambuco
e UNE - União Nacional dos Estudantes. Posteriormente,
contribui para a dinamização de instituições
corporativas nacionais. Sou um dos fundadores e exerci a presidência
da UCBC - União Cristã Brasileira de Comunicação
Social, participando também das atividades da UCLAP
- União Católica Latino-Americana de Imprensa
e UCIP - União Católica Internacional de Imprensa.
Tenho
contribuído regularmente para iniciativas do Sindicato
dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
e da Federação Nacional dos Jornalistas. Venho
também exercendo, há mais de uma década,
a função delegada de Representante da ABI -
Associação Brasileira de Imprensa no Estado
de São Paulo, além de integrar o Conselho Administrativo
daquela centenária entidade nacional, sediada na cidade
do Rio de Janeiro.
São
Paulo, 16 de abril de 2002
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