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Destaques


Noblat explica o que é ser jornalista

Por Miriam Abreu

"O que é ser jornalista", de Ricardo Noblat
Editora Record - Preço: R$ 25,90
ISBN 8501071285 - Livro em Português
Brochura - 14 x 21 cm - 1ª Edição - 2004
272 páginas + encarte de 16 páginas

Convidado para escrever para a coleção “O que é ser”, da Editora Record, Ricardo Noblat aproveitou o livro “O que é ser jornalista” para relatar, algumas vezes de forma dramática, outras, engraçada, os momentos marcantes de sua carreira.

Convidado para escrever para a coleção “O que é ser”, da Editora Record, Ricardo Noblat aproveitou o livro “O que é ser jornalista” para relatar, algumas vezes de forma dramática, outras, engraçada, os momentos marcantes de sua carreira.

A diferença dessa obra para as demais da coleção é que ela foi escrita pelo próprio personagem – os outros livros foram escritos por jornalistas, que entrevistaram o profissional da vez – e também que tem como pano de fundo a história política do Brasil.

Noblat conta o que o levou a se tornar jornalista e curiosidades de sua carreira e fala dos bastidores da profissão. “Fui influenciado por meu avô e também pelo meu tio”, lembra.

A influência de Eurico Noblat, que trabalhou como linotipista do jornal mais antigo da América Latina, o Diário de Pernambuco, começou quando o autor era apenas um menino.

Ele visitava o avô nas oficinas e ouvia muitas histórias que o encantavam. Uma delas, recorda, ocorreu durante a Revolução de 1930. “Durante uma semana meu avô não pôde deixar a empresa porque tinha que rodar o jornal.

Mas ele nunca me incentivou a fazer jornalismo. Meu avô dizia: ‘Só há dois tipos de jornalistas: o honesto, que morre pobre, e o desonesto, que fica rico’. Não concordo com ele”.

O tio João Borba era engenheiro mas contribuiu e muito para a decisão de Noblat pois foi ele quem incentivou o sobrinho a ler. A biblioteca do tio é lembrada até hoje pelo jornalista.

O primeiro capítulo é uma espécie de trailler dos dois últimos, com a história do Correio Braziliense, onde atuou como diretor de redação. Ele fala dos conflitos políticos com o governador Joaquim Roriz e da reforma do diário, que de chapa branca se tornou combativo. É o relato dos bastidores de fazer o Correio Braziliense que ele conta pela primeira vez.

Os outros capítulos são divididos pelas histórias de suas passagens nos mais diversos veículos, como Jornal do Brasil e revista Manchete, e também seu trabalho fazendo marketing político em Angola.

Um deles ganhou o título “Síndrome da tia Zezinha”, lembrando aqueles jornalistas que até hoje confundem o que você quer que aconteça com o que realmente acontece.

O caso das fotos identificadas inicialmente como de Vladimir Herzog é um exemplo do autor, já que parecia que todos quiseram que as imagens realmente fosse dele.

Ele explica: “Minha tia Zezinha era uma católica carola. Quando o Papa João XXIII estava para morrer, ela fez um ‘acordo’ com Deus. Ele poderia levar uma outra tia minha, que estava doente, ou eu, que só tinha 12 anos, em troca da vida do Papa. Comecei a ouvir mais o noticiário de rádio.

Toda vez que o Papa melhorava eu entrava em desespero.

Foi nessa época que também passei a me interessar pela notícia”.

O lançamento em Brasília está marcado para o dia 07/12, a partir das 19h, na Cervejaria Monumental. O livro será encontrado nas livrarias de todo o país a partir deste sábado (04/12).

Nascido em Recife, onde se formou pela Universidade Católica de Pernambuco, Noblat passou por grandes veículos de comunicação, como O Globo, Jornal do Brasil e revistas ISTOÉ, Veja e Manchete.

Dirigiu a redação do Correio Braziliense. Atualmente, Noblat se dedica ao seu blog. Só em outubro, foram mais de cinco mil vistantes únicos. Para se sentir realizado como blogueiro, só falta um patrocínio.


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