Artigos
Portal
do Jornalismo Brasileiro
Suporte digital como ferramenta
para o ensino de jornalismo
Por
Marcia Furtado Avanza e Marcelo Januário*
Resumo
Concebido
em 2003 como laboratório acadêmico do curso de
pós-graduação em jornalismo da ECA/USP,
o Portal do Jornalismo Brasileiro (PJ:Br) apresenta-se
como uma página eletrônica com participação
aberta a colaboradores acadêmicos e profissionais, visando
potencializar a pesquisa e o ensino do jornalismo e colaborar
para a preservação do conhecimento comunicacional
brasileiro. O artigo, assinado por seus editores, detalha a
experiência de construção do veículo
em seus aspectos didáticos, tecnológicos, hemerográficos
e editoriais, além de refletir sobre o impacto do suporte
digital na educação e na construção
da memória coletiva. Compostas por imagens, vídeos
e textos e sob coordenação de José Marques
de Melo, gradativamente as edições temáticas
da Revista PJ:Br - Jornalismo Brasileiro (PJ:Br) vêm
sendo adotadas por professores e constituem fontes inéditas
de referência para estudantes de graduação
em todo o país.
Palavras-chave
Jornalismo;
Pesquisa; Multimídia; Educação; História.
Parte I - O Conceito do Portal
O
Portal do Pensamento Jornalístico Brasileiro (PJ:Br)
surgiu a partir da disciplina de pós-graduação
Pensamento Jornalístico Brasileiro, da Escola de Comunicações
e Artes da USP, no segundo semestre de 2003, ministrada pelo
professor José Marques de Melo, com o objetivo de resgatar,
contextualizar e analisar o desenvolvimento das idéias
que marcaram o exercício profissional do Jornalismo no
Brasil, identificando as contribuições críticas
dos seus pensadores emblemáticos.
A
partir de suas raízes européias e norte-americanas,
a disciplina propunha o estudo da identidade própria
adquirida pelo jornalismo brasileiro ao longo do século
XX que, de acordo com Marques de Melo (2003a, p. 15), mesmo
"ampliando suas relações com outras sociedades
e culturas", seguiu "preservando modos singulares
de expressão e de organização do trabalho
jornalístico". Por isso, com o objetivo de enfocar
a gênese do Pensamento Jornalístico Brasileiro,
a disciplina desenvolveu estudos sobre os "pensadores das
raízes forâneas européias (Tobias Peucer
e Otto Groth), norte-americanas (Robert Park e Walter Lippmann),
hispano-americanas (De La Suarée e Gustavo Otero), anglo-lusitanas
(Hipólito José da Costa) e as raízes luso-americanas
através das contribuições de Frei Caneca".
[1]
Mas
importantes autores/jornalistas brasileiros contribuíram
com a investigação sistemática da história
de nossa imprensa, mesmo antes de o ensino do jornalismo - inicialmente
voltado à prática - surgir e ganhar a característica
de pesquisa, no início da década de 70, quando
se iniciou o curso de pós-graduação na
Escola de Comunicações e Artes da USP. Os chamados
precursores, conforme Marques de Melo (2003a, p. 21) iniciaram
seus estudos na segunda metade do século XIX, em busca
da tese do pioneirismo holandês na introdução
da imprensa no Brasil. José Higino Duarte, em 1883, e
Alfredo de Carvalho, em 1899, a partir de pesquisas empíricas,
mostraram que essa tese não era válida. Esses
estudos não eram orientados para o processo jornalístico,
mas sim para seus produtos. Tanto é que Carvalho, em
1908, publicou um extenso catálogo sobre os jornais e
revistas que circularam nos primeiros 100 anos de imprensa no
Brasil. Porém sua contribuição foi fundamental
para que pesquisadores tivessem acesso às informações
sobre a imprensa do século XIX.
Entre
os estudiosos, chamados por Marques de Melo (2003a, p. 22) de
pioneiros, figuram grandes personalidades como Barbosa Lima
Sobrinho, que em 1923 publica o clássico "O problema
da imprensa", e Gilberto Freyre, que recorreu "à
imprensa para elaborar um retrato da sociedade patriarcal brasileira".
[2] Também figuram os pesquisadores que, mais
tarde, ajudaram na construção dos primeiros cursos
de Jornalismo do país, como, por exemplo, Carlos Rizzini,
Pompeu de Souza e Danton Jobim. Destaque-se ainda Luiz Beltrão.
Considerado um inovador, foi o criador do primeiro periódico
acadêmico de ciências da comunicação
do país, mesmo atuando fora do eixo Rio-São Paulo,
na Universidade Católica de Pernambuco.
A
primeira edição da Revista PJ:Br - Jornalístico
Brasileiro trabalhou as idéias paradigmáticas
do jornalismo pré-industrial de Rui Barbosa, do jornalismo
empresarial de Barbosa Lima Sobrinho, do jornalismo cultural
de Alceu Amoroso Lima, do jornalismo político de Carlos
Lacerda, do jornalismo público de Danton Jobim e do jornalismo
profissional de Luiz Beltrão, buscando trazer uma referência
histórica do jornalismo, objetivando uma maior compreensão
do produto cultural brasileiro.
O
projeto do Portal PJ:Br foi alicerçado nessa possibilidade
de entendimento, a partir de investigações que
tornem possível o registro da história do jornalismo
praticado no Brasil hoje e em outros períodos históricos,
gerado com as contribuições dos padrões
modernos, importados dos centros hegemônicos, e das tradições
do modo essencialmente brasileiro de produzir e difundir notícias,
segundo Marques de Melo (2003a). Essa radiografia dos nossos
diferentes momentos é que pode possibilitar o entendimento
da prática jornalística e o desenvol-vimento de
pesquisas na área, além de ser de fundamental
importância para que as atuais e futuras gerações
de jornalistas e pesquisadores entendam as grandes mudanças
ocorridas no jornalismo brasileiro, tendo como base as reflexões
dos principais pensadores da imprensa no país no século
XX.
Ao
enumerar as contribuições desses autores paradigmáticos
aos esforços de investigação sistemática
da história de nossa imprensa, o PJ:Br também
pretende colocar em debate esses estudos, além de pesquisas
contemporâneas sobre o jornalismo, abrindo um espaço
para o fortalecimento do conhecimento e a preservação
da memória das pessoas que fizeram e fazem diariamente
a história do jornalismo e da comunicação
no Brasil.
Por
isso é que, embora tenha sido projetado inicialmente
para ser uma revista acadêmica digital, o projeto transformou-se
em um Portal e alçou vôo independente da disciplina
de pós-graduação. Além da Revista
PJ:Br - Jornalismo Brasileiro, o portal englobou um Mural
do Jornalismo Brasileiro, contendo referências atuais
ao trabalho realizado pelos agentes do pensamento jornalístico
uspiano, seus parceiros e colaboradores, e um Dicionário
do Jornalismo Brasileiro.
E
embora a revista tenha, na sua segunda edição,
abordado a contribuição da primeira geração
dos pensadores uspianos do Departamento de Jornalismo da Escola
de Comunicações e Artes da USP, então Escola
de Comunicações Culturais, no período de
1967 a 1971, a partir da terceira edição novos
caminhos foram abertos para possibilitar a divulgação
de pesquisas de professores e alunos de pós-graduação
de diversas instituições, assim como para a contribuição
de alunos de graduação dos cursos de Jornalismo.
Essa
é uma importante colaboração no sentido
de estimular a participação dos alunos na iniciação
da pesquisa científica, um desafio para o ensino do Jornalismo,
conforme explica Marques de Melo (In: Krohling Kunsch, 1992,
p. 67):
(...)
eu me refiro sobretudo à necessidade de avançarmos
na sedimentação da atividade permanente de pesquisa
nas escolas de comunicação, porque esta é
uma atividade residual. Ela é um pouco mais significativa
nas escolas que possuem programas de pós-graduação.
Mas na maioria das escolas a pesquisa inexiste ou é
uma atividade de pequena significação. E não
dá para continuarmos formando recursos humanos e novas
gerações para a atividade profissional ou para
solucionar determinados programas emergentes, sem conhecermos,
diagnosticarmos e avaliarmos criticamente esses fenômenos.
Então, é fundamental investir na pesquisa.
Além
disso, o Portal possibilita um acesso mais amplo ao conhecimento
da história do jornalismo. Embora reconhecendo a exclusão
digital no país, é inegável o avanço
tecnológico disponível, a atração
das gerações mais novas pela mídia digital
e o conseqüente incremento da leitura online.
Parte
II - A Estrutura do Portal
Esta
é a maior contribuição à tecnologia
de comunicação que apareceu na última
década, uma rede global integrando algo como mais de
50 milhões de pessoas em todo o mundo (...).
David Siegel [3]
O
Portal do Jornalismo Brasileiro, em seus aspectos estritamente
técnicos, foi originalmente concebido como veículo
digital (Web Site) a partir de três protótipos
experimentais, inseridos na grade curricular do curso de pós-graduação
em jornalismo durante o ano letivo de 2003. Até a formatação
final e seu lançamento oficial na rede mundial de computadores
em 2004, o projeto contou com o auxílio de técnicos
do laboratório de multimídia do Departamento de
Jornalismo e Editoração (CJE) da ECA/USP, além
de colaboração de alunos de graduação.
Desenvolvido
com o programa Macromedia DreamWeaver, em plataforma Windows,
o portal utiliza recursos de outros programas gráficos,
como o Adobe Photoshop (para fotografias) e o Macromedia Fireworks
(para tipografia), assim como de animação, a exemplo
da ilustração móvel (Shockwave) no cabeçalho
do portal, produzida com o programa Macromedia Flash. Nesta
colagem de imagens, em movimento contínuo da direita
para esquerda sucedem-se imagens de 16 profissionais de diversas
épocas do jornalismo brasileiro, todos clássicos
estudados na academia, como Barbosa Lima Sobrinho, Alceu Amoroso
Lima, Carlos Rizzini, Vitorino Prata Castelo Branco, Frei Caneca,
Rui Barbosa, Luiz Beltrão e Hipólito da Costa.
O
logotipo do portal foi desenvolvido com o programa Adobe Photoshop,
formato comprimido JPG, modo RGB, dimensão de 72 dpi,
nas cores ocre e preto e utilizando a fonte true type SF Quartzite
Outline. O desenho contém a sigla - PJ:Br - e
remete diretamente ao título e ao conteúdo editorial
do veículo, um portal de jornalismo com ênfase
no cenário brasileiro. No mesmo tom ocre do logotipo,
ilustrações revestem o fundo e a coluna de navegação
(à esquerda no quadro do portal). Em semitransparência,
figuras verticais reproduzem títulos, logotipos e cabeçalhos
de veículos brasileiros de jornalismo, em jornal, revista
e televisão.
De
forma circular, ainda constam da página inicial um link
do endereço eletrônico do portal (pjbr@eca.usp.br),
a data e o horário real, o endereço da própria
página e um contador de acesso, que em 28 de junho de
2005 (quando redigimos estas linhas) indicava 7.218 visitas
ao site. Nos botões laterais, com animação
colorida, está o acesso às versões em alemão,
inglês e espanhol da introdução, assim como
um botão de acesso ao "Expediente", que traz
21 fotos e mini-biografias de participantes do projeto.
No
centro da página inicial está disposto o texto
de apresentação e, abaixo, os botões de
navegação para os setores do portal, distintos
e independentes entre si, assim definidos:
Mural
do Jornalismo Brasileiro - Como indica seu texto de abertura,
um espaço informativo que se propõe a registrar
as "referências atuais ao trabalho realizado pelos
agentes do pensamento jornalístico uspiano, seus parceiros
e colaboradores". [4] O Mural contém textos
de "Arquivo" (18 textos), tanto reproduções
no site como em Portable Document Format (PDF), "Calendário"
(33 textos), com chamadas de trabalhos, eventos e homenagens,
"Fórum" (9 textos), com textos opinativos sobre
jornalismo e imprensa, "Galeria", subdividida em "Vídeos"
(25 vídeos em formato Shockwave), com dois especiais,
"Fotos" (5 imagens), com fotorreportagem de evento,
e "Especial Fotojornalismo", um especial sobre o fotógrafo
e jornalista Thomaz Farkas que contém página de
apresentação, galeria e bibliografia, totalizando
157 reproduções (JPG, RGB, branco & preto,
72 dpi), em páginas independentes. À direita do
mural, fora do quadro central, com destaque em cor laranja,
o acervo oferece 64 links que direcionam para instituições
(como a página da USP) e para outros veículos
acadêmicos e profissionais, acervos e centros de pesquisa
sobre jornalismo e comunicação.
Dicionário
do Jornalismo Brasileiro - Um projeto autônomo que
objetiva mapear o campo profissional com "dados de natureza
biográfica, bibliográfica e hemerográfica
sobre o jornalismo brasileiro", o dicionário possuía
28 verbetes até junho de 2005. Com navegação
por ordem alfabética, o dicionário traz mini-biografias,
indicação de obras e uma fotografia do personagem
do jornalismo brasileiro (do passado e do presente) em destaque,
constituindo uma "proposta interessante" de preservação
referencial da memória, mas que, conforme destacou o
site especializado "Observatório da Imprensa",
[5] ainda aguarda desenvolvimento pleno.
Revista
PJ:Br - Jornalismo Brasileiro (ISSN 1806-2776) - Terceira
e última parte do projeto, a revista Revista PJ:Br -
Jornalismo Brasileiro constitui o segmento do portal que é
oficializado como publicação, após solicitação
de registro e emissão do International Standard Serial
Number (ISSN), identificador único e definitivo aceito
internacionalmente para individualizar o título de uma
publicação seriada. [6]
Assim,
reconhecida como publicação científica
no campo de estudos em jornalismo, a revista cumpre seu papel
na democratização do conhecimento ao surgir e
permanecer, nas 4 edições do período 2
anos e meio de atividades do núcleo, aberta a colaboradores
de todo o país.
Apresentada
por José Coelho Sobrinho (chefe do Departamento de Jornalismo
e Editoração da ECA/USP) como uma tentativa de
"resgatar no tempo os modelos e os paradigmas criados por
pensadores brasileiros desde os períodos mais remotos
de nossa história intelectual", [7] a Revista
PJ:Br - Jornalismo Brasileiro surgiu como um espaço
temático analítico, aberta a profissionais, professores,
pesquisadores e estudantes, com edições semestrais
que contêm estudos, pesquisas, análises empíricas
e reflexões teóricas sobre o Pensamento Jornalístico
Brasileiro.
Foram
no total 209 textos publicados em quatro edições.
A primeira edição, no primeiro semestre de 2003,
reproduzia na capa obra de Carlos Vergara e debutou sob o título
"Pensadores Paradigmáticos do Jornalismo Brasileiro".
Além dos textos de "Apresentação",
do "Expediente" e de "Opiniões" (3
cartas), publicou na edição de estréia
um total de 53 textos, sendo 2 "Artigos", 6 "Ensaios",
14 "Resenhas", 10 em "Dossiê" (especial
sobre José Marques de Melo), 4 em "Fórum",
4 "Documentos" e 4 "Entrevistas". Como escreveu
a Editora-Chefe Ruth Vianna no "Editorial", a primeira
edição pretendia não apenas "resgatar
os principais e importantes pensadores do jornalismo brasileiro,
como também colocar em debate e divulgar os estudos contemporâneos
sobre o jornalismo". [8]
A
segunda edição da revista, com reprodução
na capa de obra de Giancarlo Lorenci, saiu com o título
"Pensadores Jornalísticos Uspianos: 1a Geração
(1967-1971)" no segundo semestre de 2003. Foram ao todo,
excluindo-se "Editorial", "Expediente" e
"Opiniões" (5 cartas), 69 textos neste número,
sendo 6 "Artigos", 6 "Ensaios", 6 "Monografias",
8 "Resenhas", 25 em "Dossiê" (especial
sobre Jair Borin), 5 em "Fórum", 2 "Documentos"
e 6 "Entrevistas". No editorial, a Editora-Chefe reafirma
que o objetivo da revista é "preservar a memória
e trabalhar para que ela não se apague e sirva de parâmetros
para posteriores estudos". [9]
Com
reprodução de fotografia de Thomaz Farkas na capa,
a terceira edição foi publicada no final primeiro
semestre de 2004 e trazia na capa o tema "Novos Olhares
Sobre a História do Jornalismo Brasileiro". Nesta
edição, novamente excetuando-se o "Editorial",
o "Expediente" e "Opiniões" (9 cartas),
do total de 43 textos foram 5 "Artigos", 5 "Ensaios",
9 "Resenhas", 2 em "Dossiê" (especial
sobre a fundação do CJE/ECA/USP), 9 em "Fórum",
6 "Documentos" e 2 "Entrevistas". Como registrado
no editorial, assinado pelo Editor-Assistente Marcelo Januário,
esta edição marcou uma "reorientação
editorial significativa, pois o veículo se desvincula
do núcleo de produção da disciplina de
pós-graduação (...) e alça vôo,
assimilando pesquisadores e profissionais de outras instituições
e áreas do conhecimento humanístico". [10]
A
quarta edição saiu no segundo semestre de 2004
com uma reprodução de uma peça gráfica
de Hélcio Deslandes na capa. O tema "Jornalismo
e Sociedade" abrigou 40 textos, sendo 8 "Artigos",
3 "Ensaios", 5 "Monografias". 4 "Resenhas",
9 em "Dossiê" (especial sobre Carlos Chaparro
que inclui galeria de imagens em 4 partes), 6 em "Fórum"
(especial sobre Correspondentes de Guerra), 3 "Documentos"
e 2 "Entrevistas". Completam a edição
o "Expediente", "Opiniões" (2 cartas)
e "Editorial", no qual o Editor-Assistente escreve
que na edição prevaleciam "análises
sobre as interações sociais da prática
jornalística, com destaque para a oralidade, a memória,
o diálogo, o discurso, as representações
e a tecnologia". [11]
Por
fim, como corolário da experiência educativo-acadêmica
que representou o Portal do Jornalismo Brasileiro não
apenas para os pós-graduandos diretamente envolvidos,
como para alunos de graduação, professores e interessados
no tema em todo o país (a jornalista Aurielly Queiroz
Painkow, do SEBRAE de Tocantins, escreveu que a revista pode
proporcionar "mais um produto de pesquisa, publicação
e democratização [pois temos acesso daqui]. Moramos
em um estado em que tudo está engatinhando, onde a pesquisa
ainda é capenga, principalmente na área da comunicação,
e o acesso a produtos acadêmicos não é tão
simples. Por tudo isso, a revista é um produto importante"),
[12] lembremos o que o filósofo do ciberespaço
Pierre Lévy chama de potencial de inteligência
coletiva dos novos meios:
Como
essas tecnologias intelectuais, sobretudo as memórias
dinâmicas, são objetivadas em documentos digitais
ou programas disponíveis na rede (ou facilmente reproduzíveis
e transferíveis), podem ser compartilhadas entre numerosos
indivíduos e aumentam, portanto, o potencial de inteligência
coletiva dos grupos humanos. (LEVY, 199, p. 158)
Para
Lévy, o meio digital traz novas formas de acesso à
informação, de fato mais democráticas,
além de novos estilos de conhecimento. A tarefa de aprender,
produzir e transmitir o saber se torna, de fato, mais ágil
com as tecnologias intelectuais digitais, capazes de "amplificar,
exteriorizar e modificar numerosas funções cognitivas
humanas" (Lévy, 1999), como a memória, a
percepção e o raciocínio.
Retomando
o aspecto conceitual, de acordo com as idéias de Lévy
sobre a necessidade de construção de "novos
modelos do espaço dos conhecimentos", expressas
no conceito de "saber-fluxo", o Portal do Jornalismo
Brasileiro se apresenta como um espaço de compartilhamento
e produção de conhecimento, atento para a urgência
de "incorporação do saber ao acervo cognitivo
das novas gerações" (Marques Melo, 2003b)
e disposto, portanto, a se tornar uma fonte acessível
e confiável de análise e a investigação
em jornalismo e uma ferramenta coletiva de consolidação
da cidadania.
Referências
bibliográficas
LÉVY,
Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
MARQUES
DE MELO, José. Jornalismo Brasileiro. Porto Alegre: Sulina,
2003a.
_______________________.
História do Pensamento Comunicacional. São Paulo:
Editora Paulus, 2003b.
_______________________.
Modernidade ou anacronismo? Dilema do ensino de comunicação
nos anos 90. IN: KROHLING KUNSCH, Margarida M. O ensino de comunicação.
São Paulo: Abecom, ECA/USP, Felacom, 1992.
NEGROPONTE,
Nicholas. A Vida Digital. São Paulo: Companhia das Letras,
2002.
SIEGEL.
David. Criando Sites Arrasadores na Web III. São Paulo:
Market Books, 1999.
Notas
[1]
VIANNA, Ruth. Editorial (2a Edição). PJ:Br - Portal
do Jornalismo Brasileiro, São Paulo, nov. 2003. Acesso
em 26 jun. 2005. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/josemarques/arquivos/editorial2.htm>.
[2]
Marques de Melo refere-se ao livro "Casa Grande & Senzala",
onde Freire buscou nos anúncios de jornais elementos
para uma interpretação sociológica e antropológica
da sociedade da época.
[3]
SIEGEL. David. Criando Sites Arrasadores na Web III. São
Paulo: Market Books, 1999. Introdução, p. XI.
[4]
Mural do Jornalismo Brasileiro. PJ:Br - Portal do Jornalismo
Brasileiro, São Paulo, 10 jun. 2003. Acesso em 22 jun.
2005. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/josemarques/arquivos/mural.htm>.
[5]
BARBOSA, Denis. Pensamento Jornalístico Uspiano. Observatório
da Imprensa, Nº 289, São Paulo, 02 nov. 2004. Acesso
em 23 jun. 2005. Disponível em:
<http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/net_arquivo.asp?edi_i=280&edi_f=289&edi=333>.
[6]
Cf. Instituto Brasileiro de Informação em Ciência
e Tecnologia (IBICT). Brasília, 11 mai. 2004. Acesso
em 29 jun. 2005. Disponível em: <http://www.ibict.br/secao.php?cat=ISSN>.
[7]
SOBRINHO, José Coelho. Idéias a respeito dos processos
jornalísticos brasileiros. PJ:Br - Portal do Jornalismo
Brasileiro, São Paulo, jun. 2003. Acesso em 25 jun. 2005.
Disponível em:
<http://www.eca.usp.br/prof/josemarques/arquivos/indice_geral.htm>.
[8]
VIANNA, Ruth. Editorial (1a Edição). PJ:Br - Portal
do Jornalismo Brasileiro, São Paulo, jun. 2003. Acesso
em 25 jun. 2005. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/josemarques/arquivos/editorial.htm>.
[9]
VIANNA, Ruth. Editorial (2a Edição). PJ:Br - Portal
do Jornalismo Brasileiro, São Paulo, nov. 2003. Acesso
em 26 jun. 2005. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/josemarques/arquivos/editorial2.htm>.
[10]
JANUÁRIO, Marcelo. Editorial (3a Edição).
PJ:Br - Portal do Jornalismo Brasileiro, São Paulo, 30
jun. 2004. Acesso em 26 jun. 2005. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/josemarques/arquivos/editorial3.htm>.
[11]
JANUÁRIO, Marcelo. Editorial (4a Edição).
PJ:Br - Portal do Jornalismo Brasileiro, São Paulo, 22
dez. 2004. Acesso em 27 jun. 2005. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/josemarques/arquivos/editorial4.htm>.
[12]
PAINKOW, Aurielly Queiroz. Opiniões (3a Edição).
PJ:Br - Portal do Jornalismo Brasileiro, São Paulo, 30
jun. 2004. Acesso em 28 jun. 2005. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/josemarques/arquivos/opinioes3.htm>.
*Marcia
Furtado Avanza é doutoranda em jornalismo pela ECA/USP
e professora dos Cursos de Jornalismo da UNIFIAM-FAAM e UNIFIEO.
E-mail: <mfrsouza@usp.br>.
Marcelo Januário é mestrando pela ECA/USP e professor
de jornalismo da UNIP/SP. E-mail: <marcelojanuario@terra.com.br>.
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